CONSIDERANDO A VISÃO DE SOCIEDADE EM REDE, AS FRONTEIRAS TERRITORIAIS SÃO FACILMENTE TRANSCENDIDAS POR FLUXOS MIGRATÓRIOS QUE OCORREM DENTRO DE CIRCUITOS GLOBALIZADOS DE INFORMAÇÃO E INTERCÂMBIO, POIS O SIGNIFICADO DE FRONTEIRA SE TRADUZ EM BARREIRA PARA UNS OU UM CAMINHO PARA OUTROS. O PRESENTE TRABALHO TEM O OBJETIVO GERAL DE ANALISAR AS VIVÊNCIAS DAS MULHERES BRASILEIRAS TRANS ATRAVÉS DE SUAS MOBILIDADES NA FRONTEIRA ENTRE O AMAPÁ (BRASIL) E A GUIANA FRANCESA (COLETIVIDADE TERRITORIAL DE ULTRAMAR DA FRANÇA), REGIÃO SITUADA NO EXTREMO NORTE BRASILEIRO. PARA ANÁLISE DO TEMA, FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS NAS CIDADES DE OIAPOQUE E CAYENNE, COM A INTENÇÃO DE VISIBILIZAR E DAR VOZ À TAL PARCELA DA POPULAÇÃO BRASILEIRA QUE HÁ ANOS TRAFEGA POR ESSA REGIÃO FRONTEIRIÇA, A PARTIR DE SUAS HISTÓRIAS E VIVÊNCIAS. TAMBÉM FORAM REALIZADAS PESQUISA DOCUMENTAL E REVISÃO BIBLIOGRÁFICA PARA COMPREENDER ASPECTOS TEÓRICOS DO TEMA COM BASE NA TEORIA QUEER E INTERSECCIONAL DE GÊNERO. AO ANALISAR AS ENTREVISTAS, É NOTÁVEL QUE, COMO CORPOS “ABJETOS”, O PRECONCEITO E VIOLÊNCIAS SÃO SITUAÇÕES VIVENCIADAS PELAS MULHERES BRASILEIRAS TRANS, TANTO NO SEU PAÍS DE ORIGEM, QUANTO NO PAÍS DE CHEGADA, E POR COMPOREM UMA MENOR PARCELA NO QUADRO QUANTITATIVO DAS MIGRAÇÕES INTERNACIONAIS, MUITAS VEZES ACABAM INVISIBILIZADAS NAS DISCUSSÕES SOBRE DIREITOS NO MUNDO. ASSIM, SEGUEM EXISTINDO E RESISTINDO, SILENCIADAS PELO MEDO DE SEREM PRESAS OU EXPULSAS DOS PAÍSES DE CHEGADA, POR ESTAREM DE FORMA INDOCUMENTADA NESTES.