O PRESENTE ARTIGO IDENTIFICA HISTORICAMENTE PRÁTICAS E INSURGÊNCIAS COLETIVAS PROTAGONIZADAS POR MULHERES AFRO-BRASILEIRAS ANTE AO SISTEMA ESCRAVISTA QUE NÃO SÓ PERDURAM COMO FOMENTAM, NA CONTEMPORANEIDADE, A ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E A CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE RESISTÊNCIA E LUTA DE MULHERES EM TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS. INCORPORA-SE TAMBÉM A DIALÉTICA ENTRE CONSCIÊNCIA E MEMÓRIA PROPOSTA POR LÉLIA GONZALEZ COMO FIO CONDUTOR QUE DINAMIZA E MOVIMENTA AS CONTRADIÇÕES PRESENTES NA CONSCIÊNCIA ESCRAVISTA E NA POTENCIALIDADE CONTRA COLONIAL DA MEMÓRIA ANCESTRAL. ESTA DIALÉTICA POR SUA VEZ, TRAZ À TONA AQUILO QUE O OCIDENTE NOMEOU COMO RECALQUE HISTÓRICO E CONCEDE OS REFERENCIAIS AFRO-BRASILEIROS BASILARES DO QUE LÉLIA CHAMOU DE AMÉFRICA LADINA. A PROPOSTA INVESTIGATIVA QUE SUBSIDIA ESSAS REFLEXÕES PARTE DO PRESSUPOSTO DE QUE MULHERES NEGRAS E QUILOMBOLAS, HISTORICAMENTE ESTIVERAM PRESENTES NA CONSTRUÇÃO DE ESTRATÉGIAS DE RESISTÊNCIAS E LUTAS COM SUAS COMUNIDADES, SENDO CONSIDERADAS AS PRINCIPAIS RESPONSÁVEIS POR DAREM A “RASTEIRA NA RAÇA DOMINANTE”, TORNANDO POSSÍVEL QUE PRÁTICAS, SABERES E TECNOLOGIAS ANCESTRAIS E DIASPÓRICOS PERMANECESSEM VIVOS EM PROCESSOS DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO DE EXISTÊNCIAS COLETIVAS. ESSAS SUJEITAS MANTIVERAM A MEMÓRIA ANCESTRAL EM CONSTANTE MOVIMENTO, DE MODO QUE SUAS PRÁTICAS DE CUIDADO, SEUS SABERES E TECNOLOGIAS E SUAS PRÁTICAS RELIGIOSAS, NÃO SÓ INFORMAM COMO DÃO SENTIDO AS SUAS MILENARES RESISTÊNCIAS. ESTA PROPOSTA RESULTA DE MAIS DE 10 ANOS DE INSERÇÃO EM TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS NO RIO DE JANEIRO E MAIS RECENTEMENTE NO MARANHÃO, ATRAVÉS DE PESQUISA E EXTENSÃO JUNTO A ESTAS COMUNIDADES, DIALOGANDO E APRENDENDO COM ESTAS MULHERES E, DE ESTUDOS NO ÂMBITO DO NEAB/UFF.