O presente trabalho é fruto de uma pesquisa desenvolvida na Universidade Federal da
Bahia, que enfoca a abordagem fonético-fonológica dentro de um trabalho com variedades linguísticas
realizado numa turma de 1º ano de Ensino Médio de uma escola pública estadual, tendo por base
pesquisas de estudiosos como Bortoni- Ricardo (2004) e Marcos Bagno (2007). Foi realizada uma
intervenção em sala de aula como proposição do Mestrado Profissional – ProfLetras – e que ganhou
formato de proposta metodológica a partir da experiência vivenciada numa escola do interior do
Estado da Bahia. Optei por uma pesquisa de campo, de natureza qualitativa e viés etnográfico, e
realizei atividades utilizando o procedimento de sequência didática, seguindo modelo proposto por
Dolz e Scheneuwly (2004). Por meio do gênero entrevista, percebeu-se o desenvolvimento de várias
habilidades como, por exemplo, tornar o aluno pesquisador e sujeito do processo de aprendizagem,
pois desta forma ele assume a condição de interlocutor, com autoria e poder de participação. O
objetivo do trabalho que me propus a realizar como produto de minha experiência no Mestrado não se
limitou apenas ao conhecimento sobre variedades linguísticas, mas num letramento do indivíduo a
partir delas e que oportunizou a ele variadas práticas sociais de leitura e escrita, ampliando assim o
letramento desses alunos e aprimorando sua competência comunicativa. Este trabalho tem o intuito de
refletir sobre o ensino de língua portuguesa, enfocando a Sociolinguística Variacionista e a minha
prática em sala de aula no firme propósito de unir teoria à prática. Com este trabalho foi possível rever
minha concepção de língua e linguagem como prática social, interativa e de construção de sentidos e
relacioná-las com o que eu estava a fazer em sala de aula, foi revista também a visão de texto que os
alunos tinham , passando a percebê-lo como unidade de sentido ou unidade de interação. Além disso,
pude ainda aprofundar a noção de gênero textual, hoje visto por mim como forma de ação social,
assim como propõe Marcuschi (2008), e não como conteúdo formal desvinculado de práticas sociais.