O ROMANCE JANE EYRE, DE CHALOTE BRONTë, TEM SIDO RECEBIDO PELO LEITOR CONTEMPORÂNEO COMO UMA DAS OBRAS PRECURSORAS DO PENSAMENTO FEMINISTA, EXALTANDO O PAPEL DA MULHER ENQUANTO CONSTRUTORA DE SUA PRÓPRIA JORNADA, CONFORME DEMONSTRA A BUSCA DA PROTAGONISTA POR IGUALDADE E PELO DIREITO DE MOLDAR O PRÓPRIO DESTINO. O PRESENTE TRABALHO TEM A INTENÇÃO DE QUESTIONAR O SUPOSTO CARÁTER “FEMINISTA” DA OBRA DE BRONTë, LEVANDO EM CONTA AS AÇÕES E VIVÊNCIAS DE OUTRAS FIGURAS FEMININAS PRESENTES NA OBRA, COMO A PROFESSORA MISS TEMPLE; A AMIGA DE JANE, HELLEN BURNS E, EM ESPECIAL, A PERSONAGEM BERTHA MASON, A “LOUCA DO SÓTÃO”. COM INTENÇÃO DE DAR UM ENFOQUE PÓS-COLONIALISTA À ANÁLISE DA OBRA, NOS EMBASAREMOS EM PRESSUPOSTOS TEÓRICOS DESENVOLVIDOS POR AUTORES COMO BONICCI (2012), GILBERT E GUBAR (2000), MARDOROSSIAN (2006), SAID (1990) E SHARPE (2006), ALÉM DE PROPOR INTERTEXTUALIDADES COM A OBRA VASTO MAR DE SARGAÇOS, DE JEAN RHYS. A PESQUISA DESENVOLVIDA É DE CUNHO BIBLIOGRÁFICO E, AO ENFOCAR VISÕES TEÓRICAS OPOSTAS A RESPEITO DA PRESENÇA DO FEMINISMO NA OBRA, ARGUMENTA QUE AS DEMAIS PERSONAGENS FEMININAS, À EXCEÇÃO DA PROTAGONISTA, NÃO SÃO CONTEMPLADAS PELOS MESMOS IDEIAS DE LIBERDADE E IGUALDADE QUE REGEM A AÇÃO DE JANE – ESPECIALMENTE POR TRATAREM-SE DE FIGURAS SUBALTERNAS, ÓRFÃS, DA CLASSE TRABALHADORA E, NO CASO DE BERTHA MASON, ESTRANGEIRA, CARIBENHA E, POSSIVELMENTE, NEGRA. ALÉM DISSO, AO OBSERVAR AS CARACTERÍSTICAS ORIENTALISTAS DO ROMANCE, PERCEBEMOS QUE A MULHER BRANCA APARECE NA FUNÇÃO DE SALVADORA DAS MULHERES ORIENTAIS, RETIRANDO DESSAS ÚLTIMAS A POSSIBILIDADE DE AGÊNCIA DENTRO NO ROMANCE.