ESTE TRABALHO CENTRA A ATENÇÃO NO USO DA CONCORDÂNCIA NOMINAL (CN) DE NÚMERO NA LÍNGUA FALADA POR ESTUDANTES CABOVERDIANOS DA UNIVERSIDADE DE INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA (UNILAB) NA CIDADE DE REDENÇÃO NO CEARÁ E TEM COMO OBJETIVO VERIFICAR SE HÁ CONTEXTOS ESTRUTURAIS QUE RESTRINGEM A AUSÊNCIA DA CONCORDÂNCIA NOMINAL NO PORTUGUÊS CABOVERDIANO (PCV) EM ANÁLISE E OBSERVAR SE, DE FATO, O MAIOR GRAU DE ESCOLARIDADE EXERCE INFLUÊNCIA PARA UM USO LINGUÍSTICO MAIS PRÓXIMO DA NORMA EUROPEIA DO PORTUGUÊS, CONFORME VERIFICADO POR MOTA, MIGUEL E MENDES (2012). PARA A REALIZAÇÃO DESTE ESTUDO, UTILIZAMOS A TEORIA DA SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA (LABOV, 2008 [1972]) QUE ESTUDA A LÍNGUA COMO UM FENÔMENO HETEROGÊNEO QUE SOFRE INFLUÊNCIA DE FATORES LINGUÍSTICOS E EXTRALINGUÍSTICOS, SEGUINDO A PERSPECTIVA DE ANÁLISE DE LEMLE E NARO (1977) E SCHERRE (1994). QUANTO AO CORPUS DA PESQUISA, CONSTITUI-SE DE 181 SINTAGMAS NOMINAIS. PARA ANÁLISE LINGUÍSTICO-QUANTITATIVA DOS DADOS, ALÉM DAS VARIÁVEIS EXTRALINGUÍSTICAS (SEXO E TEMPO DE PERMANÊNCIA NO BRASIL), FORAM SELECIONADAS AS VARIÁVEIS LINGUÍSTICAS: A) POSIÇÃO DO NÚCLEO DO SN E B) SALIÊNCIA FÔNICA. QUANTO À POPULAÇÃO INVESTIGADA, FORAM SELECIONADOS 6 ESTUDANTES CABOVERDIANOS DO SEXO FEMININO E 6 DO SEXO MASCULINO, VALENDO REFERIRMOS QUE 3 ALUNAS E 3 ALUNOS POSSUEM MENOS DE 6 MESES NO BRASIL E OS DEMAIS ALUNOS RESTANTES, MAIS DE SEIS MESES. NOSSA HIPÓTESE É QUE OS ESTUDANTES COM MENOS MESES NA UNILAB TENHAM UM USO MAIS PRÓXIMO DA NORMA EUROPEIA DO PE, AO PASSO QUE OS ESTÃO HÁ MAIS TEMPO NO BRASIL POSSAM TER RECEBIDO MAIS INFLUÊNCIA DO PB, PODENDO SER A REGRA DE CN VARIÁVEL NO PCV, TOMANDO POR BASE OS TIPOS DE REGRAS LINGUÍSTICAS PROPOSTAS POR LABOV (2003). A PARTIR DOS RESULTADOS OBTIDOS, É POSSÍVEL CONCLUIRMOS QUE A LÍNGUA FALADA DO PVC EVIDENCIA QUE A REGRA DE CN É SEMICATEGÓRICA. EM LINHAS GERAIS, HÁ FATORES QUE FAVORECEM O USO DA VARIANTE PADRÃO NA VARIEDADE DO PORTUGUÊS INVESTIGADA, A SABER: A POSIÇÃO DO NÚCLEO EM RELAÇÃO AO SINTAGMA NOMINAL (NÚCLEOS QUE SE ENCONTRAM NA 1ª E 2ª POSIÇÃO RECEBEM MAIS MARCAÇÃO DE PLURALIDADE QUE OS DEMAIS), A SALIÊNCIA FÔNICA (ELEMENTOS MAIS SALIENTES TENDEM A FAVORECER MAIS A VARIANTE PADRÃO), O PERÍODO DE ESTADIA NO BRASIL (ESTUDANTES COM MAIS DE 6 MESES NO BRASIL RECEBEM MENOS INFLUÊNCIA DE SUA LÍNGUA MATERNA, O CRIOULO CABOVERDIANO E, PORTANTO, FAZEM UM MAIOR USO DA VARIANTE PADRÃO) E O SEXO (O SEXO FEMININO TENDE A PRODUZIR MAIS A VARIANTE PADRÃO), INDO NA DIREÇÃO DO QUE FOI VERIFICADO POR MOLLICA E BRAGA (2012).