Artigo Anais do I CONEIL

ANAIS de Evento

ISBN: 978-65-86901-92-4

APAGAMENTO DE IDENTIDADES NÃO BINÁRIAS EM TRADUÇÕES DE MANGAS: UM ESTUDO COMPARATIVO

Palavra-chaves: GÊNERO, LINGUAGEM, TRADUÇÃO, TRADUÇÃO QUEER, Comunicação Oral (CO) AT 03: Linguagem, gênero e sexualidade: pensamento contemporâneo
"2020-11-17 10:33:45" // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
App\Base\Administrativo\Model\Artigo {#1843 // app/Providers/../Base/Publico/Artigo/resources/show_includes/info_artigo.blade.php
  #connection: "mysql"
  +table: "artigo"
  #primaryKey: "id"
  #keyType: "int"
  +incrementing: true
  #with: []
  #withCount: []
  +preventsLazyLoading: false
  #perPage: 15
  +exists: true
  +wasRecentlyCreated: false
  #escapeWhenCastingToString: false
  #attributes: array:35 [
    "id" => 72029
    "edicao_id" => 144
    "trabalho_id" => 141
    "inscrito_id" => 123
    "titulo" => "APAGAMENTO DE IDENTIDADES NÃO BINÁRIAS EM TRADUÇÕES DE MANGAS: UM ESTUDO COMPARATIVO"
    "resumo" => "OS MANGÁS ESTÃO MUITO À FRENTE DAS MÍDIAS OCIDENTAIS EM SE TRATANDO DE REPRESENTATIVIDADE DE IDENTIDADES NÃO HETERONORMATIVAS. ENQUANTO QUE APENAS RECENTEMENTE TAIS IDENTIDADES COMEÇARAM A GANHAR VISIBILIDADE NA LITERATURA, NO CINEMA E NA TELEVISÃO NO OCIDENTE, PERSONAGENS QUEER FAZEM PARTE DO REPERTÓRIO DOS MANGÁS E ANIMES HÁ DÉCADAS (BRENNER, 2007; DARLINGTON & COOPER, 2010). DENTRE ELES, O MANGÁ HOUSEKI NO KUNI, DE HARUKO ICHIKAWA, GANHOU GRANDE NOTORIEDADE ENTRE OS FÃS DE QUADRINHOS JAPONESES DEVIDO À FORMA COMO O GÊNERO DXS PERSONAGENS É REPRESENTADO: NENHUMX DXS PERSONAGENS PRINCIPAIS TÊM UM GÊNERO DESIGNADO, FAZENDO DESSA OBRA UMA DAS POUCAS A CONTAR COM REPRESENTATIVIDADE NÃO BINÁRIA FORA DO JAPÃO. A PRESENTE PESQUISA TEM COMO OBJETIVO ANALISAR E CRITICAR A FORMA COMO ESSE ELEMENTO QUEER PRESENTE NO MANGÁ HOUSEKI NO KUNI FOI MANTIDO E/OU APAGADO EM SUAS TRADUÇÕES; ASSIM COMO DISCUTIR OS OBSTÁCULOS PRESENTES NA TRADUÇÃO DESSES ELEMENTOS PARA UMA LÍNGUA GRAMATICALMENTE GENERIFICADA COMO A LÍNGUA PORTUGUESA. PARA TAL, CONSIDERANDO O TRADUTOR COMO AUTOR E CONSTRUTOR DE SIGNIFICADO (ARROJO, 1992), O POTENCIAL DAS TRADUÇÕES DE REPRODUZIR OU SUBVERTER IDEOLOGIAS NORMATIVAS (VENUTI, [1998] 2019)  E COM BASE EM TEORIAS DOS ESTUDOS DA TRADUÇÃO QUEER (LEWIS, 2010), FOI FEITA UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TRÊS DIFERENTES TRADUÇÕES: UMA PROFISSIONAL NORTE-AMERICANA, PUBLICADA PELA KODANSHA COMICS; UMA TRADUÇÃO AMADORA, TAMBÉM NORTE-AMERICANA, FEITA POR INTERMÉDIO DE SCANLATION (PRÁTICA EM QUE FÃS DIGITALIZAM O TEXTO-FONTE, O TRADUZEM E DISPONIBILIZAM NA INTERNET) (ARAGÃO, 2016); E UMA TRADUÇÃO AMADORA EM LÍNGUA PORTUGUESA, FEITA TAMBÉM POR MEIO DE SCANLATION. UMA TRADUÇÃO PROFISSIONAL PARA A LÍNGUA PORTUGUESA NÃO FOI ANALISADA DEVIDO AO FATO DE QUE, ATÉ O MOMENTO DA ESCRITA DESSE RESUMO, O MANGÁ NÃO HAVIA SIDO PUBLICADO OFICIALMENTE NESSA LÍNGUA. A ANÁLISE DOS DADOS DEMONSTRA QUE, APESAR DE A LÍNGUA INGLESA OFERECER A POSSIBILIDADE DE MANTER-SE A NEUTRALIDADE DE GÊNERO, DENTRE OS TEXTOS-META, APENAS A TRADUÇÃO PROFISSIONAL NORTE-AMERICANA MANTEVE O ELEMENTO QUEER PRESENTE NO TEXTO-FONTE, ATRAVÉS DO USO DE SUBSTANTIVOS NÃO GENERIFICADOS E EVITANDO O USO DE PRONOMES MASCULINOS OU FEMININOS. JÁ A TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA INGLESA OPTOU POR TRATAR XS PERSONAGENS NO MASCULINO, UTILIZANDO PRONOMES COMO “HE/HIM” E “MISTER”. NA TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA PORTUGUESA, POR OUTRO LADO, XS PERSONAGENS SÃO TRATADXS NO GÊNERO FEMININO, REFERINDO-SE A ELXS POR PRONOMES FEMININOS COMO “ELA” E “AQUELA”, ALÉM DE UTILIZAR O ARTIGO DEFINIDO “A” E PALAVRAS COM DESINÊNCIAS DE GÊNERO FEMININAS. DESSA FORMA, TANTO A TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA INGLESA QUANTO A PARA A LÍNGUA PORTUGUESA ELIMINAM COMPLETAMENTE A POSSIBILIDADE DE UMA LEITURA DXS PERSONAGENS COMO NÃO BINÁRIXS. CONTUDO, A NATUREZA DO GÊNERO GRAMATICAL DESSA ÚLTIMA IMPÕE UM GRANDE DESAFIO À REALIZAÇÃO DE UMA TRADUÇÃO QUEER DO TEXTO-FONTE. O PRESENTE ESTUDO DE CASO DAS TRADUÇÕES DO MANGÁ HOUSEKI NO KUNI DEMONSTRA QUE PERSONAGENS NÃO BINÁRIAS TENDEM A SER GENERIFICADAS EM SUAS TRADUÇÕES. ISSO PODE SE DAR DEVIDO A DIVERSOS FATORES: UMA LEITURA DESCUIDADA DO MATERIAL POR PARTE DOS TRADUTORES, A INTERPRETAÇÃO DO ELEMENTO QUEER COMO POUCO RELEVANTE, OU DIFICULDADES IMPOSTAS PELA PRÓPRIA LÍNGUA, COMO É O CASO DE LÍNGUAS COMO O PORTUGUÊS E AS DEMAIS LÍNGUAS NEOLATINAS, QUE POSSUEM GÊNERO GRAMATICAL. A LINGUAGEM É UM DOS MAIS IMPORTANTES ASPECTOS DO RECONHECIMENTO E ACEITAÇÃO DE IDENTIDADES (HORD, 2016). SENDO ASSIM, MANTER ESSES ELEMENTOS É UMA MANEIRA IMPORTANTE DE DAR A PESSOAS QUEER UMA MAIOR VISIBILIDADE E AJUDÁ-LAS NA LUTA CONTRA O PODER SUBJUGADOR DA HEGEMONIA HETERONORMATIVA (LEWIS, 2010). LOGO, ESTA PESQUISA PROPÕE UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE UMA TRADUÇÃO QUEER COMO FORMA DE RESISTÊNCIA AOS PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO E APAGAMENTO CAUSADOS POR USOS HETERONORMATIVOS DA LINGUAGEM."
    "modalidade" => "Comunicação Oral (CO)"
    "area_tematica" => "AT 03: Linguagem, gênero e sexualidade: pensamento contemporâneo"
    "palavra_chave" => "GÊNERO, LINGUAGEM, TRADUÇÃO, TRADUÇÃO QUEER, "
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "TRABALHO_COMPLETO_EV144_MD1_SA3_ID12322102020200127.pdf"
    "created_at" => "2020-11-17 15:29:21"
    "updated_at" => null
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "FELIPE DUARTE PINHEIRO"
    "autor_nome_curto" => "FELIPE DUARTE PINHEIRO"
    "autor_email" => "felipe.duartepinheiro@gma"
    "autor_ies" => "PUC-RIO"
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-do-i-coneil"
    "edicao_nome" => "Anais do I CONEIL"
    "edicao_evento" => "Congresso Nacional em Estudos Interdisciplinares da Linguagem"
    "edicao_ano" => 2020
    "edicao_pasta" => "anais/coneil/2020"
    "edicao_logo" => null
    "edicao_capa" => "5fb3e68ada71b_17112020120442.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2020-11-17 10:33:45"
    "publicacao_id" => 70
    "publicacao_nome" => "Revista CONEIL"
    "publicacao_codigo" => "978-65-86901-92-4"
    "tipo_codigo_id" => 2
    "tipo_codigo_nome" => "ISBN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #original: array:35 [
    "id" => 72029
    "edicao_id" => 144
    "trabalho_id" => 141
    "inscrito_id" => 123
    "titulo" => "APAGAMENTO DE IDENTIDADES NÃO BINÁRIAS EM TRADUÇÕES DE MANGAS: UM ESTUDO COMPARATIVO"
    "resumo" => "OS MANGÁS ESTÃO MUITO À FRENTE DAS MÍDIAS OCIDENTAIS EM SE TRATANDO DE REPRESENTATIVIDADE DE IDENTIDADES NÃO HETERONORMATIVAS. ENQUANTO QUE APENAS RECENTEMENTE TAIS IDENTIDADES COMEÇARAM A GANHAR VISIBILIDADE NA LITERATURA, NO CINEMA E NA TELEVISÃO NO OCIDENTE, PERSONAGENS QUEER FAZEM PARTE DO REPERTÓRIO DOS MANGÁS E ANIMES HÁ DÉCADAS (BRENNER, 2007; DARLINGTON & COOPER, 2010). DENTRE ELES, O MANGÁ HOUSEKI NO KUNI, DE HARUKO ICHIKAWA, GANHOU GRANDE NOTORIEDADE ENTRE OS FÃS DE QUADRINHOS JAPONESES DEVIDO À FORMA COMO O GÊNERO DXS PERSONAGENS É REPRESENTADO: NENHUMX DXS PERSONAGENS PRINCIPAIS TÊM UM GÊNERO DESIGNADO, FAZENDO DESSA OBRA UMA DAS POUCAS A CONTAR COM REPRESENTATIVIDADE NÃO BINÁRIA FORA DO JAPÃO. A PRESENTE PESQUISA TEM COMO OBJETIVO ANALISAR E CRITICAR A FORMA COMO ESSE ELEMENTO QUEER PRESENTE NO MANGÁ HOUSEKI NO KUNI FOI MANTIDO E/OU APAGADO EM SUAS TRADUÇÕES; ASSIM COMO DISCUTIR OS OBSTÁCULOS PRESENTES NA TRADUÇÃO DESSES ELEMENTOS PARA UMA LÍNGUA GRAMATICALMENTE GENERIFICADA COMO A LÍNGUA PORTUGUESA. PARA TAL, CONSIDERANDO O TRADUTOR COMO AUTOR E CONSTRUTOR DE SIGNIFICADO (ARROJO, 1992), O POTENCIAL DAS TRADUÇÕES DE REPRODUZIR OU SUBVERTER IDEOLOGIAS NORMATIVAS (VENUTI, [1998] 2019)  E COM BASE EM TEORIAS DOS ESTUDOS DA TRADUÇÃO QUEER (LEWIS, 2010), FOI FEITA UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TRÊS DIFERENTES TRADUÇÕES: UMA PROFISSIONAL NORTE-AMERICANA, PUBLICADA PELA KODANSHA COMICS; UMA TRADUÇÃO AMADORA, TAMBÉM NORTE-AMERICANA, FEITA POR INTERMÉDIO DE SCANLATION (PRÁTICA EM QUE FÃS DIGITALIZAM O TEXTO-FONTE, O TRADUZEM E DISPONIBILIZAM NA INTERNET) (ARAGÃO, 2016); E UMA TRADUÇÃO AMADORA EM LÍNGUA PORTUGUESA, FEITA TAMBÉM POR MEIO DE SCANLATION. UMA TRADUÇÃO PROFISSIONAL PARA A LÍNGUA PORTUGUESA NÃO FOI ANALISADA DEVIDO AO FATO DE QUE, ATÉ O MOMENTO DA ESCRITA DESSE RESUMO, O MANGÁ NÃO HAVIA SIDO PUBLICADO OFICIALMENTE NESSA LÍNGUA. A ANÁLISE DOS DADOS DEMONSTRA QUE, APESAR DE A LÍNGUA INGLESA OFERECER A POSSIBILIDADE DE MANTER-SE A NEUTRALIDADE DE GÊNERO, DENTRE OS TEXTOS-META, APENAS A TRADUÇÃO PROFISSIONAL NORTE-AMERICANA MANTEVE O ELEMENTO QUEER PRESENTE NO TEXTO-FONTE, ATRAVÉS DO USO DE SUBSTANTIVOS NÃO GENERIFICADOS E EVITANDO O USO DE PRONOMES MASCULINOS OU FEMININOS. JÁ A TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA INGLESA OPTOU POR TRATAR XS PERSONAGENS NO MASCULINO, UTILIZANDO PRONOMES COMO “HE/HIM” E “MISTER”. NA TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA PORTUGUESA, POR OUTRO LADO, XS PERSONAGENS SÃO TRATADXS NO GÊNERO FEMININO, REFERINDO-SE A ELXS POR PRONOMES FEMININOS COMO “ELA” E “AQUELA”, ALÉM DE UTILIZAR O ARTIGO DEFINIDO “A” E PALAVRAS COM DESINÊNCIAS DE GÊNERO FEMININAS. DESSA FORMA, TANTO A TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA INGLESA QUANTO A PARA A LÍNGUA PORTUGUESA ELIMINAM COMPLETAMENTE A POSSIBILIDADE DE UMA LEITURA DXS PERSONAGENS COMO NÃO BINÁRIXS. CONTUDO, A NATUREZA DO GÊNERO GRAMATICAL DESSA ÚLTIMA IMPÕE UM GRANDE DESAFIO À REALIZAÇÃO DE UMA TRADUÇÃO QUEER DO TEXTO-FONTE. O PRESENTE ESTUDO DE CASO DAS TRADUÇÕES DO MANGÁ HOUSEKI NO KUNI DEMONSTRA QUE PERSONAGENS NÃO BINÁRIAS TENDEM A SER GENERIFICADAS EM SUAS TRADUÇÕES. ISSO PODE SE DAR DEVIDO A DIVERSOS FATORES: UMA LEITURA DESCUIDADA DO MATERIAL POR PARTE DOS TRADUTORES, A INTERPRETAÇÃO DO ELEMENTO QUEER COMO POUCO RELEVANTE, OU DIFICULDADES IMPOSTAS PELA PRÓPRIA LÍNGUA, COMO É O CASO DE LÍNGUAS COMO O PORTUGUÊS E AS DEMAIS LÍNGUAS NEOLATINAS, QUE POSSUEM GÊNERO GRAMATICAL. A LINGUAGEM É UM DOS MAIS IMPORTANTES ASPECTOS DO RECONHECIMENTO E ACEITAÇÃO DE IDENTIDADES (HORD, 2016). SENDO ASSIM, MANTER ESSES ELEMENTOS É UMA MANEIRA IMPORTANTE DE DAR A PESSOAS QUEER UMA MAIOR VISIBILIDADE E AJUDÁ-LAS NA LUTA CONTRA O PODER SUBJUGADOR DA HEGEMONIA HETERONORMATIVA (LEWIS, 2010). LOGO, ESTA PESQUISA PROPÕE UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE UMA TRADUÇÃO QUEER COMO FORMA DE RESISTÊNCIA AOS PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO E APAGAMENTO CAUSADOS POR USOS HETERONORMATIVOS DA LINGUAGEM."
    "modalidade" => "Comunicação Oral (CO)"
    "area_tematica" => "AT 03: Linguagem, gênero e sexualidade: pensamento contemporâneo"
    "palavra_chave" => "GÊNERO, LINGUAGEM, TRADUÇÃO, TRADUÇÃO QUEER, "
    "idioma" => "Português"
    "arquivo" => "TRABALHO_COMPLETO_EV144_MD1_SA3_ID12322102020200127.pdf"
    "created_at" => "2020-11-17 15:29:21"
    "updated_at" => null
    "ativo" => 1
    "autor_nome" => "FELIPE DUARTE PINHEIRO"
    "autor_nome_curto" => "FELIPE DUARTE PINHEIRO"
    "autor_email" => "felipe.duartepinheiro@gma"
    "autor_ies" => "PUC-RIO"
    "autor_imagem" => null
    "edicao_url" => "anais-do-i-coneil"
    "edicao_nome" => "Anais do I CONEIL"
    "edicao_evento" => "Congresso Nacional em Estudos Interdisciplinares da Linguagem"
    "edicao_ano" => 2020
    "edicao_pasta" => "anais/coneil/2020"
    "edicao_logo" => null
    "edicao_capa" => "5fb3e68ada71b_17112020120442.jpg"
    "data_publicacao" => null
    "edicao_publicada_em" => "2020-11-17 10:33:45"
    "publicacao_id" => 70
    "publicacao_nome" => "Revista CONEIL"
    "publicacao_codigo" => "978-65-86901-92-4"
    "tipo_codigo_id" => 2
    "tipo_codigo_nome" => "ISBN"
    "tipo_publicacao_id" => 1
    "tipo_publicacao_nome" => "ANAIS de Evento"
  ]
  #changes: []
  #casts: array:14 [
    "id" => "integer"
    "edicao_id" => "integer"
    "trabalho_id" => "integer"
    "inscrito_id" => "integer"
    "titulo" => "string"
    "resumo" => "string"
    "modalidade" => "string"
    "area_tematica" => "string"
    "palavra_chave" => "string"
    "idioma" => "string"
    "arquivo" => "string"
    "created_at" => "datetime"
    "updated_at" => "datetime"
    "ativo" => "boolean"
  ]
  #classCastCache: []
  #attributeCastCache: []
  #dates: []
  #dateFormat: null
  #appends: []
  #dispatchesEvents: []
  #observables: []
  #relations: []
  #touches: []
  +timestamps: false
  #hidden: []
  #visible: []
  +fillable: array:13 [
    0 => "edicao_id"
    1 => "trabalho_id"
    2 => "inscrito_id"
    3 => "titulo"
    4 => "resumo"
    5 => "modalidade"
    6 => "area_tematica"
    7 => "palavra_chave"
    8 => "idioma"
    9 => "arquivo"
    10 => "created_at"
    11 => "updated_at"
    12 => "ativo"
  ]
  #guarded: array:1 [
    0 => "*"
  ]
}
Publicado em 17 de novembro de 2020

Resumo

OS MANGÁS ESTÃO MUITO À FRENTE DAS MÍDIAS OCIDENTAIS EM SE TRATANDO DE REPRESENTATIVIDADE DE IDENTIDADES NÃO HETERONORMATIVAS. ENQUANTO QUE APENAS RECENTEMENTE TAIS IDENTIDADES COMEÇARAM A GANHAR VISIBILIDADE NA LITERATURA, NO CINEMA E NA TELEVISÃO NO OCIDENTE, PERSONAGENS QUEER FAZEM PARTE DO REPERTÓRIO DOS MANGÁS E ANIMES HÁ DÉCADAS (BRENNER, 2007; DARLINGTON & COOPER, 2010). DENTRE ELES, O MANGÁ HOUSEKI NO KUNI, DE HARUKO ICHIKAWA, GANHOU GRANDE NOTORIEDADE ENTRE OS FÃS DE QUADRINHOS JAPONESES DEVIDO À FORMA COMO O GÊNERO DXS PERSONAGENS É REPRESENTADO: NENHUMX DXS PERSONAGENS PRINCIPAIS TÊM UM GÊNERO DESIGNADO, FAZENDO DESSA OBRA UMA DAS POUCAS A CONTAR COM REPRESENTATIVIDADE NÃO BINÁRIA FORA DO JAPÃO. A PRESENTE PESQUISA TEM COMO OBJETIVO ANALISAR E CRITICAR A FORMA COMO ESSE ELEMENTO QUEER PRESENTE NO MANGÁ HOUSEKI NO KUNI FOI MANTIDO E/OU APAGADO EM SUAS TRADUÇÕES; ASSIM COMO DISCUTIR OS OBSTÁCULOS PRESENTES NA TRADUÇÃO DESSES ELEMENTOS PARA UMA LÍNGUA GRAMATICALMENTE GENERIFICADA COMO A LÍNGUA PORTUGUESA. PARA TAL, CONSIDERANDO O TRADUTOR COMO AUTOR E CONSTRUTOR DE SIGNIFICADO (ARROJO, 1992), O POTENCIAL DAS TRADUÇÕES DE REPRODUZIR OU SUBVERTER IDEOLOGIAS NORMATIVAS (VENUTI, [1998] 2019) E COM BASE EM TEORIAS DOS ESTUDOS DA TRADUÇÃO QUEER (LEWIS, 2010), FOI FEITA UMA ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE TRÊS DIFERENTES TRADUÇÕES: UMA PROFISSIONAL NORTE-AMERICANA, PUBLICADA PELA KODANSHA COMICS; UMA TRADUÇÃO AMADORA, TAMBÉM NORTE-AMERICANA, FEITA POR INTERMÉDIO DE SCANLATION (PRÁTICA EM QUE FÃS DIGITALIZAM O TEXTO-FONTE, O TRADUZEM E DISPONIBILIZAM NA INTERNET) (ARAGÃO, 2016); E UMA TRADUÇÃO AMADORA EM LÍNGUA PORTUGUESA, FEITA TAMBÉM POR MEIO DE SCANLATION. UMA TRADUÇÃO PROFISSIONAL PARA A LÍNGUA PORTUGUESA NÃO FOI ANALISADA DEVIDO AO FATO DE QUE, ATÉ O MOMENTO DA ESCRITA DESSE RESUMO, O MANGÁ NÃO HAVIA SIDO PUBLICADO OFICIALMENTE NESSA LÍNGUA. A ANÁLISE DOS DADOS DEMONSTRA QUE, APESAR DE A LÍNGUA INGLESA OFERECER A POSSIBILIDADE DE MANTER-SE A NEUTRALIDADE DE GÊNERO, DENTRE OS TEXTOS-META, APENAS A TRADUÇÃO PROFISSIONAL NORTE-AMERICANA MANTEVE O ELEMENTO QUEER PRESENTE NO TEXTO-FONTE, ATRAVÉS DO USO DE SUBSTANTIVOS NÃO GENERIFICADOS E EVITANDO O USO DE PRONOMES MASCULINOS OU FEMININOS. JÁ A TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA INGLESA OPTOU POR TRATAR XS PERSONAGENS NO MASCULINO, UTILIZANDO PRONOMES COMO “HE/HIM” E “MISTER”. NA TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA PORTUGUESA, POR OUTRO LADO, XS PERSONAGENS SÃO TRATADXS NO GÊNERO FEMININO, REFERINDO-SE A ELXS POR PRONOMES FEMININOS COMO “ELA” E “AQUELA”, ALÉM DE UTILIZAR O ARTIGO DEFINIDO “A” E PALAVRAS COM DESINÊNCIAS DE GÊNERO FEMININAS. DESSA FORMA, TANTO A TRADUÇÃO AMADORA PARA A LÍNGUA INGLESA QUANTO A PARA A LÍNGUA PORTUGUESA ELIMINAM COMPLETAMENTE A POSSIBILIDADE DE UMA LEITURA DXS PERSONAGENS COMO NÃO BINÁRIXS. CONTUDO, A NATUREZA DO GÊNERO GRAMATICAL DESSA ÚLTIMA IMPÕE UM GRANDE DESAFIO À REALIZAÇÃO DE UMA TRADUÇÃO QUEER DO TEXTO-FONTE. O PRESENTE ESTUDO DE CASO DAS TRADUÇÕES DO MANGÁ HOUSEKI NO KUNI DEMONSTRA QUE PERSONAGENS NÃO BINÁRIAS TENDEM A SER GENERIFICADAS EM SUAS TRADUÇÕES. ISSO PODE SE DAR DEVIDO A DIVERSOS FATORES: UMA LEITURA DESCUIDADA DO MATERIAL POR PARTE DOS TRADUTORES, A INTERPRETAÇÃO DO ELEMENTO QUEER COMO POUCO RELEVANTE, OU DIFICULDADES IMPOSTAS PELA PRÓPRIA LÍNGUA, COMO É O CASO DE LÍNGUAS COMO O PORTUGUÊS E AS DEMAIS LÍNGUAS NEOLATINAS, QUE POSSUEM GÊNERO GRAMATICAL. A LINGUAGEM É UM DOS MAIS IMPORTANTES ASPECTOS DO RECONHECIMENTO E ACEITAÇÃO DE IDENTIDADES (HORD, 2016). SENDO ASSIM, MANTER ESSES ELEMENTOS É UMA MANEIRA IMPORTANTE DE DAR A PESSOAS QUEER UMA MAIOR VISIBILIDADE E AJUDÁ-LAS NA LUTA CONTRA O PODER SUBJUGADOR DA HEGEMONIA HETERONORMATIVA (LEWIS, 2010). LOGO, ESTA PESQUISA PROPÕE UMA REFLEXÃO SOBRE A IMPORTÂNCIA DE UMA TRADUÇÃO QUEER COMO FORMA DE RESISTÊNCIA AOS PROCESSOS DE MARGINALIZAÇÃO E APAGAMENTO CAUSADOS POR USOS HETERONORMATIVOS DA LINGUAGEM.

Compartilhe:

Visualização do Artigo


Deixe um comentário

Precisamos validar o formulário.