O DISCURSO DOMINANTE NA ESFERA POLÍTICA, SOCIAL E CULTURAL, TRADICIONALMENTE TEM SIDO FACULTADO AO HOMEM. SOMENTE A PARTIR DO SÉCULO XIX, COM O INÍCIO DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS DE FORMA MAIS SISTEMÁTICA E ORGANIZADA, É QUE PRETENDEU-SE REFLETIR DE MODO MAIS AMPLO E EFETIVO, SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE O QUE AS MULHERES PENSAVAM/PENSAM E O QUE A SOCIEDADE EXIGIA/EXIGE DELAS. APESAR DE MUITOS DIREITOS TEREM SIDO CONQUISTADOS ATÉ AQUI, AINDA EXISTE, NOS PAÍSES QUE FALAM A LÍNGUA PORTUGUESA, POR EXEMPLO, UMA “BOLHA” QUE, VISTA NUMA PERSPECTIVA FEMINISTA, PODE-SE AFIRMAR QUE ENCLAUSURA E “ISENTA” A GRAMÁTICA DAS QUESTÕES DE GÊNERO. CONSIDERANDO ISTO, O OBJETIVO DESTE ARTIGO É DEBATER QUESTÕES SEXISTAS RELACIONADAS À CONSTITUIÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA, TENDO COMO BASE OS ESTUDOS FEMINISTAS E OS ESTUDOS GRAMATICAIS, SOBRE CERTAS QUESTÕES QUE ENVOLVEM O GÊNERO GRAMATICAL FEMININO E SUAS IMPLICAÇÕES NA REPRESENTATIVIDADE DA MULHER E DO HOMEM NA SOCIEDADE. PARA TANTO, SERÃO DISCUTIDOS ASPECTOS PERTINENTES ÀS DEMARCAÇÕES DE MASCULINO E DE FEMININO UTILIZADAS PELAS GRAMÁTICAS TRADICIONAIS, AOS CONCEITOS DE GÊNERO E DE SEXO, E ÀS INCONGRUÊNCIAS NAS ADJETIVAÇÕES DE HOMEM E DE MULHER. A PROPOSTA É ANALISAR COMO ESSAS SITUAÇÕES PODEM PERENIZAR NA COMUNIDADE LINGUÍSTICA UM COMPORTAMENTO MACHISTA, DESIGUAL E SEXISTA. PARA FUNDAMENTAR A PESQUISA, SERÃO UTILIZADOS POSTULADOS CRÍTICO-TEÓRICOS DE LAURETIS (1994), BAGNO (2005), MUSSALIN-BENTES (2006), LABOV (2008), DENTRE OUTROS. AS DISCUSSÕES APONTAM PARA A NECESSIDADE E A RELEVÂNCIA DE SE CONSTRUIR UM OLHAR CRÍTICO EM RELAÇÃO À GRAMÁTICA DA LÍNGUA PORTUGUESA, SOBRETUDO POR PARTE DO PROFESSOR, COM VISTAS À PROMOÇÃO DE UMA CONSCIÊNCIA DE GÊNERO NOS ALUNOS, SOBRETUDO PELO FATO DE QUE O USO E A NORMATIVIDADE DAS LÍNGUAS ENVOLVEM QUESTÕES DE PODER E IDEOLOGIA, QUE ATRAVESSAM AS RELAÇÕES DE GÊNERO E CLASSE. ESTE TIPO DE PERSPECTIVA CRÍTICA SOBRE A LINGUAGEM LEVARÁ O ALUNO A REFLETIR SOBRE ASPECTOS SOCIAIS DA LINGUAGEM, SOBRETUDO NO CONTEXTO DAS INTERAÇÕES DISCURSIVAS.