ESTE TRABALHO OBJETIVOU EXAMINAR PECULIARIDADES FONÉTICAS DA FALA LIDA DE 14 HOMENS, SEPARADOS EM DOIS GRUPOS. NO PRIMEIRO, INVESTIGAMOS 7 INDIVÍDUOS, AUTODECLARADOS GAYS; NO SEGUNDO, 7 INDIVÍDUOS, AUTODECLARADOS HETEROSSEXUAIS. PARA MELHOR COMPREENDER AS CARACTERÍSTICAS FONÉTICAS REGISTRADAS EM ÁUDIO DA VOZ DESSES HOMENS, NOS FUNDAMENTAMOS NA TEORIA DA SOCIOLINGUÍSTICA VARIACIONISTA DE LABOV (1972, 1974, 1982, 1994) E ECKERT (1989, 1997, 2000, 2003, 2005, 2010, 2012), E TRABALHOS VOLTADOS PARA A PERCEPÇÃO DA FALA, REALIZADOS POR GAUDIO (1994); SMYTH, JACOBS E ROGERS (2003); LEVON (2007); CAMPBELL-KIBLER (2011); LOPES (2012) E TRACY, BAINTER E SANTARIANO (2015). NA PESQUISA FORAM ENCONTRADAS DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS NA DURAÇÃO DAS SETE VOGAIS ORAIS TÔNICAS, /A/, /Ɛ/, /E/, /I/, /Ɔ/, /O/, /U/ PRODUZIDAS PELOS INFORMANTES GAYS, PRINCIPALMENTE NAS ANTERIORES MÉDIAS /E/ E / Ɛ/ E NA CENTRAL BAIXA /A/. COM RELAÇÃO AOS FORMANTES, AS MÉDIAS DE PRODUÇÃO DE F1 E F2 DOS HOMENS GAYS FORAM CONSIDERAVELMENTE MAIS ALTAS QUE AS DOS HETEROSSEXUAIS EM TODAS AS VOGAIS, ESPECIALMENTE COM RELAÇÃO AOS VALORES DE /I/, /Ɛ/, /E/ E /A/. PORTANTO, ENTRE OS FALANTES GAYS, HOUVE MAIOR ABERTURA DA MANDÍBULA E ANTERIORIZAÇÃO DA LÍNGUA NA PRODUÇÃO DAS VOGAIS. MAJORITARIAMENTE, AS MÉDIAS DOS INFORMANTES HOMOSSEXUAIS APROXIMARAM-SE MAIS DAS MÉDIAS DOS INFORMANTES GAYS PARTICIPANTES DAS PESQUISAS EM LÍNGUA INGLESA QUE DAS MÉDIAS APRESENTADAS POR NOSSOS INFORMANTES HETEROSSEXUAIS. ASSIM, DEVIDO ÀS SEMELHANÇAS ENCONTRADAS NOS RESULTADOS DE ALGUMAS PESQUISAS, OBTIDOS ENTRE OS HOMENS GAYS FALANTES DE LÍNGUA INGLESA E PORTUGUESA, PARECE PLAUSÍVEL AFIRMAR HAVER ALGUNS ASPECTOS UNIVERSAIS CARACTERÍSTICOS E TÍPICOS DA CHAMADA “FALA GAY”.