O COMÉRCIO DE DROGAS ILÍCITAS NO BRASIL CONSTITUIU, NOS ÚLTIMOS ANOS, A ATIVIDADE QUE MAIS PROPICIOU O INGRESSO DE MULHERES NO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO, ISTO É, ENTRE 2000 E 2016 HOUVE UM AUMENTO DE 656% DO ENCARCERAMENTO FEMININO NO PAÍS. SENDO ASSIM, O OBJETIVO PRINCIPAL DESSE TRABALHO FOI ANALISAR A SITUAÇÃO DAS MULHERES PRESAS PROVISORIAMENTE POR TRÁFICO DE DROGAS NA CADEIA PÚBLICA FEMININA DE VERDEJANTE/PE, DE MODO A IDENTIFICAR AS MOTIVAÇÕES E CONSEQUÊNCIAS PARA A PRÁTICA DELITIVA. DESSE MODO, POR MEIO DE UM ESTUDO DE CARÁTER DESCRITIVO E EXPLORATÓRIO, DE NATUREZA QUALITATIVA, FORAM REALIZADAS ENTREVISTAS INDIVIDUAIS, EM PROFUNDIDADE, MEDIANTE DOIS INSTRUMENTOS DE RECOLHA DE DADOS. ENTRE O PRINCIPAL CRIME PRATICADO POR AS RECLUSAS, ENCONTRA-SE O TRÁFICO DE DROGAS (75%), DAS QUAIS 33,3% JÁ POSSUEM CONDENAÇÕES ANTERIORES. É IMPORTANTE SALIENTAR QUE A MAIORIA DAS PRESAS AFIRMOU SER USUÁRIA DE DROGAS ENTORPECENTES (58%) E 33,3% POSSUEM HISTÓRICO FAMILIAR COM ENVOLVIMENTO NO TRÁFICO. ENTRE AS MOTIVAÇÕES PARA O ENVOLVIMENTO DAS MULHERES NO TRÁFICO DE DROGAS, TEM-SE: O CONTEXTO FAMILIAR, O CONTEXTO MACROSSOCIAL, A CONDIÇÃO FINANCEIRA, O DESEMPREGO, O USO DE DROGAS, A VIOLÊNCIA PRATICADA PELO PARCEIRO E AS RECLUSÕES ANTERIORES. QUANTO ÀS ATIVIDADES DESEMPENHADAS POR ELAS NO “NEGÓCIO”, DESTACAM-SE A VENDA, O ARMAZENAMENTO E O TRANSPORTE DE DROGAS. JÁ EM RELAÇÃO ÀS CONSEQUÊNCIAS DECORRENTES DESSA INSERÇÃO, TEM-SE: O USO PESSOAL DE DROGAS, A EXPOSIÇÃO DE CRIANÇAS/ADOLESCENTES A DROGAS, O DISTANCIAMENTO FAMILIAR, O ABANDONO DOS ESTUDOS, A FILIAÇÃO À ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, A PRISÃO POR DENÚNCIA DA PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO E A REINCIDÊNCIA CRIMINOSA.