O PRESENTE ARTIGO DESTINA-SE A APROFUNDAR TEORICAMENTE UMA DAS DIFICULDADES PARA A REALIZAÇÃO DE PESQUISAS QUE ABORDEM VIVÊNCIAS E EXPERIÊNCIAS LÉSBICAS: A BAIXA FREQUÊNCIA COM QUE UM NÚMERO SIGNIFICATIVO DESSE GRUPO DE MULHERES É ENCONTRADO EM UM ÚNICO LUGAR. COMO AMOSTRA, UTILIZO A CENA NOTURNA VOLTADA AO PÚBLICO LGBTI DA CIDADE DE RECIFE, APREENDIDA ATRAVÉS DE OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA COMO PARTE DA ETNOGRAFIA INTITULADA GÊNERO EM FESTA: UMA ETNOGRAFIA DA PARTICIPAÇÃO DE LÉSBICAS E MULHERES BISSEXUAIS EM ESPAÇOS LGBTI NA CIDADE DE RECIFE. NO ENTANTO, ESSES AMBIENTES SÃO MARCADOS PELA PRESENÇA MASCULINA, DESTACANDO, COMPARATIVAMENTE, A PRESENÇA POUCA EXPRESSIVA DE LÉSBICAS E MULHERES BISSEXUAIS. SOB A ÓTICA DOS FENÔMENOS URBANOS, AS FESTAS SÃO MANIFESTAÇÕES DE LIBERTAÇÃO E COMEMORAÇÃO, QUE NÃO APENAS PRETENDEM ROMPER COM A ORDEM COTIDIANA, MAS FIGURAM TAMBÉM COMO PARTE DA ROTINA SEMANAL DA CITADINA E/OU CITADINO. EM RECIFE, É COMUM O SURGIMENTO DE REGIÕES MORAIS QUE DÃO A ESPAÇOS E LOCALIDADES URBANAS ALGUMA CARACTERÍSTICA PESSOAL DAQUELES QUE TEM O COSTUME DE TRANSITAR POR ALI. POR TAL, HÁ UMA ESPÉCIE DE RODÍZIO NÃO REGULADO QUE GARANTE QUE AS FESTAS E EVENTOS PARA LÉSBICAS, GAYS, MULHERES E HOMENS BISSEXUAIS, TRAVESTIS, TRANSSEXUAIS, E PESSOAS INTERSEXO (LGBTI) ACONTEÇAM COSTUMEIRAMENTE NOS MESMOS LUGARES, ONDE A INFERIORIDADE NUMÉRICA DE LÉSBICAS E MULHERES BISSEXUAIS JÁ SE APRESENTOU COMO ENTRAVE NO DESENVOLVIMENTO DE PESQUISAS QUE VISAM A ESSE GRUPO DE MULHERES EM ESPECÍFICO.