ESTE ENSAIO TEM COMO OBJETIVO DISCUTIR OS ASPECTOS CONSTITUINTES DA CISNORMATIVIDADE E DO SEU
EFEITO SOBRE OS CORPOS GENERIFICADOS NA SOCIEDADE. PARA TANTO, TAL DISCUSSÃO ESTÁ ARTICULADA À
INVESTIGAÇÃO DA CISGENERIDADE ENQUANTO CATEGORIA DE ANÁLISE IMPORTANTE PARA PENSAR CORPOS
ALINHADOS COM O SISTEMA SEXO/GÊNERO NORMATIZADO, EM ESFORÇO FILOSÓFICO EMPENHADO A
PROMOVER FISSURAS AO LEGADO DOS ESTUDOS CLÁSSICOS DAS TRANSEXUALIDADES. TOMANDO COMO BASE
O POEMA DE MANOEL DE BARROS INTITULADO UM OLHAR, ARTICULA-SE UMA CRÍTICA À BUSCA DE UMA
GÊNESIS TRANS, QUASE SEMPRE PENSADA COMO PATOLÓGICA, QUE SE INTERESSA SOBREMANEIRA PELAS
ASPIRAÇÕES ERÓTICAS E PRÁTICAS SEXUAIS DOS PESQUISADOS E DEMAIS QUESTIONAMENTOS QUE
PROMOVEM REGIMES DE ENUNCIABILIDADE. PROMOVE-SE ENTÃO UMA VIRADA EPISTEMOLÓGICA QUE
ENCONTRA NO SEU RADICAL OPOSTO, A CISGENERIDADE, A POSSIBILIDADE DE DEPREENDER MELHOR O MODO
DE OPERAÇÃO DA OPRESSÃO DE GÊNERO E DO COMPORTAMENTO SOCIAL, UMA VEZ QUE TAIS ABORDAGENS,
AO DESCREVEREM E PRESCREVEREM AS EXPERIÊNCIAS DE GÊNERO POR FERRAMENTAS HEGEMÔNICAS,
PRODUZEM FORMAS DE FALAR E DE VER TRANSEXUALIDADES E SUJEITOS TRANS, O QUE INFLUENCIA
CONSEQUENTEMENTE NA SUBJETIVAÇÃO DESSAS IDENTIDADES ATRAVÉS DOS MOLDES DE REFERÊNCIAS DO
DISPOSITIVO QUE A PRODUZ.