Este trabalho objetiva analisar o drama psicológico da narradora homodiegética em Relato de um certo Oriente, do escritor amazonense Milton Hatoum. Subsidiada pela teoria junguiana sobre o complexo materno negativo, evidenciamos os formas de sofrimento psíquico e os danos existenciais experimentados por essa personagem em decorrência da relação materno-filial cindida por motivo da rejeição da mãe biológica quando ela era ainda uma criança. A minha intenção é revelar os modos de representação do arquétipo da Grande Mãe inconsciente, construídos e conservados no inconsciente coletivo e pessoal e como eles são projetados pela narradora na avó adotiva para preencher o grande vazio deixado pela mãe verdadeira.