Introdução:Butler afirma que gênero é uma identidade fragilmente construída ao longo de anos de uma repetição estilizada de atos e na estilização do corpo. Propomos associar esta compreensão ao pensamento Foucaultiano. Para ele um dos principais objetos da sujeição seriam os corpos e vivências que deles derivam, seria fundamental, portanto, compreender o funcionamento dos contínuos processos de sujeição de corpos, gestos e comportamentos, em especial pelas práticas discursivas. Objetivo: O trabalho tem como objetivo aproximar teoricamente a analise do discurso de Foucault das teorias butlerianas de gênero.Metodologia: Constitui-se em um trabalho de orientação teórica em que se aproximam pontos de contato e diálogo entre as teorizações dos autores estudados. Resultados:As relações de gênero no campo das subjetividades anunciam relações de poder-saber, que modelam, alteram, que em suma, dobram e desdobram o indivíduo e rompem com a concepção intimista de self. Neste cenário nos aproximamos da conceituação de discurso em Foucault que é um conjugado de enunciados referente a uma mesma formação discursiva, o que induzirá a afirmar que as palavras alteram de definição quando atravessam de uma formação discursiva para outra. Conclusões:Para Butler é nas práticas performativas de reiteração que se dão, através das dimensões simbólicas da linguagem e da cultura, as relações, a partir de então, os corpos tornam-se passíveis de serem pensados. Por outro lado, Foucault constrói todo um arcabouço de conceitos e noções que possibilitam uma teorização-crítica das práticas discursivas e não discursivas e das relações de poder que as sustentam, o que possibilita pensar o pensamento e a realidade em termos relacionais, em suas tensões e conflitos que invariavelmente possibilitam desmanchar e reconstruir vivências, normas lugares e papéis. Este encontro de pensamentos possibilita, para além de métodos, perspectivas analíticas para a compreensão de fenômenos dinâmicos e complexos como as relações de gênero.