A degradação de ambientes naturais semiáridos associada a vulnerabilidade climática a que estão sujeitas estas regiões incorre em graves problemas econômicos, sociais e ambientais (JIANG; LIAN; QIN, 2014). No Brasil, os principais núcleos de desertificação estão localizados na região do Semiárido Brasileiro, onde o clima tem uma função chave no controle dos processos de desertificação (VIEIRA et al., 2015). Neste sentido, técnicas de análise de parâmetros obtidos por sensoriamento remoto, como o Índice de Vegetação por Diferenças Normalizadas (NDVI), são amplamente utilizados com intuito de monitorar e prever o comportamento da superfície vegetada em regiões suscetíveis a desertificação (TOMASELLA et al., 2018). Portanto, o objetivo deste trabalho foi de verificar tendências em séries temporais de NDVI nos núcleos de desertificação do Semiárido Brasileiro. A área estudada comprime os seis núcleos de desertificação brasileiros, estando inseridos nos 1.340.863 km² de áreas suscetíveis à desertificação do Brasil. (PEREZ-MARIN et al., 2012). Conforme definido pelo Instituto Nacional do Semiárido (INSA – sigsab.insa.gov.br), são eles: Cabrobró (CAB), no estado do Pernambuco; Seridó (SER), nos estados do Rio Grande do Norte e da Paraíba; Jaguaribe (JAG), Inhamuns (INH) e Irauçuba (IRA), no estado do Ceará; e Gilbués (GIL) no estado do Piauí. Foram utilizados dados de NDVI obtidos pelo produto MOD13A2 do sensor orbital Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer (MODIS), considerando-se séries temporais de compósitos de 16 dias do NDVI para o período de 2000 até 2018. A presença de tendência foi verificada por meio do teste não-paramétrico de Mann-Kendall (MANN, 1945) e a sua magnitude pelo estimador de Theil-Sen (THEIL, 1950). Foram encontradas tendências de NDVI em todos os núcleos de desertificação, sendo a maioria ao nível de significância de 1,0% (p-valor