Introdução: O cultivo do milho na região semiárida predomina no período chuvoso. Porém, em alguns anos ocorrem veranicos e a cultura fica sujeita ao déficit hídrico (Carvalho et al., 2013). O conhecimento do consumo hídrico pela cultura, da demanda atmosférica e das características físico-hídricas do solo da região, permite determinar o turno de rega que mais se adapta ao cultivo, favorecendo a expressão máxima do genótipo da cultura no que diz respeito a seu rendimento, otimizando o uso da água e prejuízos ao meio ambiente. Este trabalho teve como objetivo construir e analisar o balanço de água no solo para a cultura do milho submetido a três turnos de rega no Semiárido Alagoano. Metodologia: As análises foram realizadas no Instituto Federal de Alagoas/Campus Piranhas utilizando uma área cultivada durante os meses de março a julho de 2018, em que a cultura foi submetida a três turnos de rega: 1 (T1), 2 (T2) e 3 (T3) dias na semana. Os dados de radiação solar, umidade relativa e temperatura do ar, precipitação pluvial e velocidade do vento para as estimativas da evapotranspiração de referência (ETo) e da cultura (ETc e ETr) foram coletados na estação meteorológica situada próximo da área experimental e pertencente ao INMET. A ETo foi estimada pelo método de Penman-Monteith (Allen et al., 1998), em que se utilizou o saldo de radiação estimado. As lâminas de irrigação aplicadas nos eventos se deram via sistema de gotejamento superficial. Foi avaliada a produtividade de grãos e a eficiência no uso da água pela cultura em cada turno de rega. Resultados e Discussão: A precipitação pluvial durante o ciclo de produção do milho somou 95 mm, que corresponde a apenas 21% da evapotranspiração da cultura (ETc) total no ciclo, que foi 452 mm. As lâminas totais de irrigação variaram entre os tratamentos de 406 a 409 mm, que, somadas à precipitação pluvial, atenderam à demanda hídrica da cultura. Para suprir a demanda hídrica das plantas em sua fase inicial de crescimento (0-20 dias após o plantio), os tratamentos receberam uma lâmina média diária de 4 mm, suficiente para manter os tratamentos com o armazenamento de água no solo próximo a capacidade de campo. As lâminas experimentais, de acordo com o turno de rega, tiveram início aos 21 DAP. A produtividade do milho variou de 5.654 a 8.292 kg ha-1. Destacou-se T1, em relação às demais, apresentando a maior produtividade média (8.292 kg ha-1), sendo 47% maior que T2 e 23% maior que T3. Considerações finais: Assumindo uma produtividade média superior a alagoana, nordestina e até mesmo a brasileira, os dados obtidos neste trabalho fortalecem a importância do estudo das condições particulares de cada região, permitindo um manejo adequado da cultura, lhe oferecendo condições suficientes para expressar todo seu potencial genotípico. Diante os resultados obtidos, conclui-se que o manejo da irrigação com menor frequência de rega se mostra mais eficiente para as condições de Semiárido.