1. Introdução: A educação ambiental consiste na forma mais adequada de cuidarmos ou, porque não dizer, salvar a vida do nosso planeta terra. O processo de criar estratégias para fazê-la chegar principalmente a criança na mais tenra idade movimenta todas as escalas da estrutura educacional no Brasil (KANDLER, 2009). O contato com o meio ambiente, como o solo, no preparo dos canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem, o encanto com as sementes que brotam a prática diária do cuidado, o exercício da paciência e perseverança até que a natureza nos brinde com a transformação de pequenas sementes em verduras e legumes viçosos e coloridos. Estas vivências podem transformar pequenos espaços da escola em cantos de muito encanto e aprendizado para todas as idades.
2. Objetivos: O presente trabalho objetivou-se desenvolver em crianças a consciência dos problemas ambientais e estimulá-las a buscar soluções para estes, utilizando a horta inserida no ambiente escolar como ensino-aprendizagem. Os objetivos específicos foram desenvolver o interesse consciente pelas relações ambientais, promover a sustentabilidade; incentivar a participação das crianças no processo agroecológico através da horta escolar e contribuir para a formação de cidadãos pensantes, saudáveis e ecológicos.
3. Metodologia: O projeto foi realizado com 100 crianças estudantes do Centro Municipal de Educação Infantil Antônio Rodrigues Pereira, localizado no município de Piranhas, região semiárida e no alto sertão de Alagoas, entre março a setembro de 2018. Inicialmente foi realizado palestras e oficinas didáticas com as crianças envolvendo a Educação Ambiental, Alimentar e Agroecológica, incluindo temas como: meio ambiente, poluição e reciclagens de produtos utilizados no dia-a-dia, alimentação saudável, valores nutricionais, formas ecológicas de preparar o solo para a produção de alimentos, apresentação de hortaliças e seus benefícios para saúde. Além disso, foi implantada uma horta na escola, na qual obteve participação das crianças em diversas etapas, como: plantações, irrigação e colheitas. Houve a aplicação de questionários visando conhecer os costumes diários de todos participantes do projeto referente a alimentação e cuidados com o meio ambiente.
4. Resultados: O projeto possibilitou o contato direto dos alunos com a terra, podendo preparar o solo, conhecer e associar os ciclos alimentares de semeadura, plantio, cultivo, ter cuidado com as plantas e colhê-las, além de ser um momento em que os alunos aprenderam a respeitar o meio ambiente. A implantação do espaço de conscientização no espaço escolar foi fundamental para o aprendizado, despertando a curiosidade e possibilitando maiores conhecimentos por parte das crianças envolvidas na ação. Com a participação das crianças desde o plantio até a colheita, foi realizado o cultivo de diversos espécies, como: coentro, couve, beterraba, quiabo e tomate. Ao mesmo tempo em que adquiriam conhecimentos na área ambiental, as crianças também aprenderam a importância de se alimentarem de forma saudável. De acordo com os resultados obtidos através dos questionários, revelou-se que a maioria das crianças consomem vegetais ao menos em uma das refeições diárias, porém poucas possuem acompanhamento de especialistas na área nutricional.
5. Conclusão: As hortas escolares são instrumentos que, dependendo do encaminhamento dado pelo educador, podem abordar variados conteúdos curriculares de forma significativa e contextualizada, promovendo vivências que resgatam valores. O projeto proporcionou a conscientização dos estudantes nas questões ambientais e alimentares, utilizando os conhecimentos obtidos para o cultivo da horta no espaço escolar, levando a teoria para a prática.
6. Referências: KANDLER, R; Educação Ambiental: Horta escolar, uma experiência em educação. Ágora, v.16, n.2, 2009.