As bacias hidrográficas, de qualquer ordem, vêm passando por fortes pressões em face das demandas de usos dos seus recursos naturais, que vão além da capacidade de resiliência dos seus ecossistemas. A erosão nas margens potencializada ou não pela retirada da vegetação ripária é responsável pela perda de grandes volumes de solo em taludes do rio que traz prejuízos socioeconômicos para proprietários de terras ribeirinhas, perda de áreas produtivas e desvalorização da propriedade (HOLANDA et al, 2011). Segundo Silva et al. (2009), a bacia do rio Capiá apresenta 24% de alta suscetibilidade à erosão e 65% da área da bacia apresenta perda anual de solo entre 0 e 30 ton/ha/ano. O objetivo geral é iniciar um trabalho de reflorestamento da mata ciliar do rio com espécies nativas da Caatinga. Os objetivos específicos são: promover o debate da necessidade sobre a conscientização ambiental para preservação e uso sustentável da Caatinga; identificar possíveis áreas em processo de desertificação; envolver as pesquisas ambientais do Campus Piranhas com a comunidade local; contribuir com ações para o desenvolvimento sustentável e avaliar as ações positivas que o projeto poderá promover para a comunidade local e para o meio ambiente. Foi escolhida uma área de mata ciliar desmatada no Distrito Piau, Piranhas, AL, logo após, apresentado o projeto para o proprietário, em seguida, realizado o georreferenciamento dessa área utilizando GPS e o Google Earth, bem como o preparo do solo e transplantio das mudas, depois, realizado visitas semanais para fazer a manutenção necessária, tais como irrigação e controle de plantas daninhas. Foram plantadas parcialmente vinte mudas de aroeira, vinte mudas de canafístula, dez mudas de pau piranha, cinco mudas de quipembe e cinco mudas de barriguda, totalizando sessenta mudas plantadas de espécies nativa da Caatinga. Durlo e Sutili, (2005) afirmam que a vegetação ripária é importante no que diz respeito ao controle de erosão em áreas fluviais, pois, de modo geral, produzem os seguintes efeitos sobre os taludes fluviais: “interceptam a água das chuvas, aumentam a evapotranspiração, adicionam peso, ancoram o talude, produzem efeito de alavanca sobre o mesmo e recobrem o solo pelo acúmulo de serrapilheira na superfície”. Essa ação extensionista busca desenvolver a consciência ambiental dos ribeirinhos para a conservação e preservação dos recursos e benefícios que o rio Capiá oferece a população ribeirinha, integrando o conhecimento cientifico com o popular, buscando alternativas sustentáveis para o uso desses recursos através da pesquisa, e levando até eles por intermédio da extensão, promovendo assim, a aproximação da academia à sociedade.