A Mimosa tenuiflora Wild., conhecida popularmente como jurema preta, é uma espécie endêmica da Caatinga, considerada de grande potencial forrageiro, madeireiro sendo utilizada no processo de reflorestamento (PINTO et al., 2006). São consideradas plantas pioneiras, podendo ser indicadas para recuperação de áreas degradadas. Para que ocorra a perpetuação da espécie é fundamental o armazenamento de sementes, mas se não ocorrer de forma adequada poderá afetar a qualidade fisiológica das mesmas, em decorrência de mudanças degenerativas de origem bioquímica, fisiológica e física a que estão sujeitas após a sua maturação, associadas à redução do vigor e viabilidade (ALIZAGA et al., 1990). Nesse sentido, o objetivo do trabalho foi estudar a qualidade fisiológica e o armazenamento de sementes de jurema preta (Mimosa tenuiflora Willd), previamente selecionadas na região do Cariri Paraibano. O experimento foi conduzido no Laboratório de Ecologia e Botânica (LAEB), localizado na Universidade Federal de Campina Grande no Centro de Desenvolvimento Sustentável do Semiárido, município de Sumé – PB. As sementes utilizadas para realização do mesmo, foram colhidas quando atingiram o ponto de maturidade fisiológica, de árvores matrizes previamente selecionadas dos frutos e conduzidas para o LAEB. Para avaliação da qualidade fisiológica das sementes, estas foram acondicionadas em diferentes embalagens (saco de papel do tipo Kraft e vidro) e armazenadas nos ambientes de laboratório (sem controle da temperatura e umidade relativa do ar) e frezzer (condições controladas da temperatura e umidade), por um período de nove meses. Inicialmente e a cada mês de armazenamento, as sementes foram submetidas às seguintes análises: emergência, comprimento de plântulas e massa seca. Os experimentos foram instalados em delineamento inteiramente casualizado, em quatro repetições de 25 sementes para cada teste, sendo utilizado o programa SISVAR. Quanto à emergência de jurema preta (M. tenuiflora Will.), verifica-se que as sementes apresentaram um comportamento diferente nos diferentes ambientes de estudo. Assim, observa-se que, houve uma diminuição nos valores de emergência durante os diferentes períodos de armazenamento, provavelmente isso ocorreu pela deterioração das sementes por oxidação. Em relação ao comprimento das plântulas, verifica-se que houve também uma diminuição ao longo do armazenamento para os diferentes ambientes e embalagens utilizadas, não sendo eficientes na conservação do vigor das mesmas. Resultados semelhantes foram encontrados para massa seca, onde de acordo com o período de armazenamento, houve uma redução nos valores, principalmente quando as sementes estavam acondicionadas em embalagem de papel e ambiente de laboratório, porém, a embalagem de vidro permitiu com que a semente permanecesse viável por um período maior. A sensibilidade das sementes ao processo de deterioração, em determinado ambiente, tem sido atribuída à constituição genética (BRACCINI et al., 2001). Assim conclui-se que, as sementes de jurema preta são ortodoxas e, acondicionadas nas embalagens de papel ou vidro, podem ser armazenadas nos ambientes de câmara fria, durante cinco meses, sem perdas significativas na emergência das plântulas. O ambiente de laboratório (condições não controladas de temperatura e umidade) e o acondicionamento em embalagem de papel promoveu um aumento nas trocas respiratórias, promovendo redução na qualidade fisiológicas das sementes.