Introdução: O sistema nervoso central é composto por diversas barreiras de proteção, como a pele, os ossos, o líquido cefalorraquiadiano e as meninges, sendo que estas últimas podem ser comprometidas pelo aparecimento da meningite, que é conceituada como processo inflamatório nas meninges causada por agentes biológicos e não biológicos, destacando-se as bactérias, fungos, vírus, parasitos, substâncias químicas e impactos mecânicos na região do crânio. No Brasil, mesmo apresentando-se como uma doença endêmica, pouco ainda se conhece acerca do seu perfil epidemiológico em diversas localidades do Brasil, destacando o estado do Rio Grande do Norte e mais especificamente, sua capital, Natal. Objetivos: Nesse contexto, levando em consideração a escassez de estudos sobre meningite na cidade de Natal-RN e a importância que esta temática apresenta para o desenvolvimento de indicadores e políticas públicas que possam contribuir para a melhoria da saúde da população natalense, o presente trabalho teve como objetivo evidenciar o perfil epidemiológico de acometidos por meningite na capital potiguar entre os anos de 2010 a 2017. Metodologia: Tratou-se de um estudo epidemiológico, do tipo documental e retrospectivo, em que houve a recuperação de dados secundários a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Foram avaliadas as variáveis: ano, sexo, faixa etária, escolaridade e etiologia da doença, na qual utilizou-se o número absoluto e frequência relativa possibilitando a construção de tabelas e gráficos. O programa estatístico utilizado para o desenvolvimento de gráficos e a realização dos cálculos foi o Microsoft Excel 2010. Resultados: Entre os anos de 2010 a 2017, foram acometidos por meningite, em Natal-RN, 812 indivíduos, sendo o ano de 2011, aquele que apresentou o maior número de casos (19,8%). Indivíduos do sexo masculino foram os mais acometido com 57,4% dos casos. A faixa etária predominante de infectados foi entre 20 a 39 anos (25,5%) que pode ser justificada devido a questões laborais, sobretudo, de locais potencialmente contaminados como hospitais ou ainda devido a esses indivíduos terem de desenvolver o labor em sítios com grande aglomerado de pessoas, contribuindo para a fácil disseminação de patógenos. A baixa escolaridade foi mais comumente observada, entre os pacientes com meningite, com cerca de 28,3%, o que pode estar relacionado ao pouco acesso a informação, e consequente desconhecimento acerca da importância e de quais são as medidas preventivas para impedir um possível desenvolvimento de meningite; a meningite do tipo bacteriana foi a mais frequente (35,1%). Considerações finais: Os resultados expostos neste estudo, podem servir como direcionamento para o desenvolvimento de políticas públicas de saúde voltadas para todos os públicos, mas principalmente para a população pouco escolarizada, economicamente ativa e do sexo masculino. Além disso, o conhecimento da prevalência em anos consecutivos e da etiologia mostra-se importante na construção de estratégias para melhoria de medidas de contenção de casos, no aumento da cobertura vacinal e das medidas profiláticas.