O presente trabalho é resultado da pesquisa de monográfica de graduação do curso de licenciatura em Geografia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e dos estudos desenvolvidos no âmbito do Laboratório de Estudos sobre Espaço, Cultura e Política (LECgeo). No escopo da convivência com o semiárido, estão programas que propõem a segurança hídrica e que acabam caracterizando os assentamentos rurais oriundos da reforma agrária, de modo que provocam transformações nas dinâmicas de vida e produção dos agricultores beneficiados, nesse caso, o estudo em tela, se debruça sobre o assentamento de Laginha, que está inserido na área rural do município de Serra Talhada - PE. Dessa forma, são apresentados dois exemplos, dos programas de segurança hídrica no Sertão do Pajeú de Pernambucano e suas implicações nas dinâmicas de vida dos agricultores. O objetivo central, foi compreender, dentro do paradigma da convivência com o semiárido, os programas de segurança hídrica incrustados nos assentamentos rurais do Sertão do Pajeú, que intervém nos territórios rurais e propõem mudanças relevantes na dinâmicas empreendidas por agricultores no tocante a gestão hídrica no semiárido. Devido ao trabalho está ambientado nos preceitos da geografia humanística e cultural, optou-se por uma pesquisa de cunho qualitativo, afim de investigar os elementos que compõem o objeto estudado, de forma empírica e sob a ótica de vertentes diferenciadas, privilegiando os discursos e as metodologias de entes compõem, reivindicam e discutem o semiárido. Sendo assim, para melhor abordar o objeto em tela, foi realizado estudo de caso no assentamento rural da reforma agrária, com intuito de identificar elementos da P1MC E P1+2 e os desdobramentos da implementação desses programas. As constatações feitas durante a pesquisa, demonstram que as tecnologias sociais e de segurança hídrica, apresentam caráter substancial aos agricultores dos assentamentos rurais. Contudo, o eixo de implementação e as problemáticas identificadas, demonstram que a aplicação desses programas nos assentamentos rurais são sensíveis a elementos externos e podem implicar em diferenciações no beneficiamento e apropriação das tecnologias sociais pelos residentes no semiárido. Os programas de segurança e soberania hídrico-alimentar que beneficiam o agricultor e que estão abarcados no paradigma da convivência com o semiárido, cumprem parcialmente os papeis a que foram projetados, pois a construção das cisternas garante o armazenamento hídrico capaz de suprir um período de estiagem. Embora, seja preciso salientar que em períodos de longas estiagens, como o que vem ocorrendo desde meados de 2011 no nordeste brasileiro, essas tecnologias de armazenamento necessitam de outras estratégias e/ou meios para suprir a escassez desse recurso hídrico, vide a situação de colapso que assolou sistemas hídricos rurais e urbanos, afetando diretamente nos poços artesianos e bombeamento de água para os canteiros produtivos que fazem uma contribuição direta ao funcionamento das cisternas construídas , como os relatados em Moura (2017).