Artigo Anais CONADIS

ANAIS de Evento

ISSN: 2526-186X

CONSUMO DE ÁGUA NO SEMIÁRIDO: UMA ANÁLISE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Palavra-chaves: ÁGUA, POÇO, SALINIDADE, MONTEIRO-PB Comunicação Oral (CO) AT 07 - Qualidade e acesso às águas do Semiárido
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Publicado em 07 de dezembro de 2018

Resumo

A escassez de recursos hídricos é um problema cada vez mais grave e se deve a fatores como o consumo excessivo de água bruta, as mudanças climáticas, a poluição da água e o consumo insustentável deste bem. Nas atividades da construção civil é comum ocorrer negligência referente à qualidade e armazenamento da água, como também o controle da dosagem na produção de concretos e argamassas. Outro fato relevante é a demanda de água durante a execução dos serviços, principalmente na lavagem de equipamentos, pois não há controle no consumo. Assim, de forma a atribuir benefícios para o meio ambiente é que foi embasada a ideia de analisar a água utilizada nos canteiros de obras na cidade de Monteiro-PB, localizada no semiárido paraibano. O objetivo foi analisar a qualidade, origem e manejo da água nos canteiros de obras. A metodologia se baseia em observações visuais, coletas de informações por meio de fichas pré-elaboradas e coleta de uma amostra de água para análise química e avaliação de sais. Foram visitadas dez obras em construção na cidade durante os meses de julho a setembro de 2018. As observações mostraram que em cinco dos dez canteiros visitados há uso de água do abastecimento público, em quatro usam água de poço artesiano e apenas um canteiro usava água de barreiro, dentro do terreno. A água era armazenada em reservatórios dentro e fora do canteiro, sem tampas e de materiais emborrachado, metálico ou de plástico com capacidades entre 200 e 1000 litros. Quanto aos ensaios, os resultados de cloretos e sulfatos foram abaixo dos especificados na norma NBR 15900 (2009). Foram detectadas quantidades consideráveis de carbonatos nas amostras de abastecimento público, já nas amostras de poços predominaram cloretos, bicarbonatos, sódio e magnésio e, em menor quantidade sulfatos, cálcio e potássio. A condutividade elétrica considera a quantidade total de sais sem especificá-los. Nas amostras, a CE variou de 343,0 µS.cm-¹ (Amostra 5 do abastecimento) a 3337,0 µS.cm-¹ (Amostra 6 de poço), cujo valor máximo representa uma água salinizada. Quanto ao pH, a água de abastecimento apresentou valores superiores aos dos poços, mas ainda estão de acordo com a norma NBR 15900 (2009) que apresentaram valores superiores a cinco. Conclui-se que a melhor água para ser usada nos traços do concreto era a do barreiro, pois apresentava menores teores de cloretos e sulfatos. Apesar das águas de poços apresentarem maiores teores de sais, mesmo assim podem ser usadas nas construções, levando-se em conta o que determina a norma NBR 15900 (2009). Há uma considerável quantidade de poços no semiárido monteirense e geralmente as obras usam esta água, pois há escassez desse recurso na região e também os proprietários não pedem a ligação provisória de água, dependendo de poços e barreiros da região cuja água é transportada por carro pipa.

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