Na natureza são encontrados elementos que contém números de densidades acima de 4,0 g/cm3, que se denominam metais pesados. Apresentam altos valores de número atômico, massa atômica e massa específica. Quando estão em alta concentração, são prejudiciais à fauna, à flora e até para a população da região, que se encontra em constante contato com os sedimentos do estuário estudado do Rio Potengi. Este trabalho tem por finalidade realizar uma avaliação a respeito das concentrações dos metais pesados presentes em sedimentos do estuário do Rio Potengi, em sua porção Natal/RN e os danos que podem trazer à população dessa localidade. Foram coletadas cinco amostras do estuário do rio Potengi na porção Natal/RN. Das cinco amostras coletadas, somente três passaram pelo processo de bateamento devido as mesmas serem sedimentos arenosos. Do material adquirido, após o processo de bateamento, uma certa quantidade de material foi colocada em estufa a 100º C, por um período de 24h. Posteriormente, foi realizada a separação dos metais em três amostras, utilizando-se ímã e um recipiente metálico, acrescido de agitação manual em consonância com a gravidade e atração magnética. Após serem pesados na balança de precisão, os concentrados das amostras foram enviados para a análise quantitativa de espectroscopia de raios X por dispersão em energia (EDX-720). As outras duas amostras por se tratarem de uma amostra arenosa, também foram colocadas na estufa por um período de 24h, a fim de se retirar ao máximo a quantidade de água que ali existia e após isso, foram cominuídas em um moinho de martelo, e peneiradas pela peneira de 200 mesh, o resultante, quando pesado na balança, foi enviado para a análise de EDX-720. Dentre os metais pesados identificados e quantificados, o TiO2 esteve presente em todos os pontos de coleta, e, nos pontos de 1 a 3 como os mais abundantes, que é preocupante à saúde humana, devido o composto estar diretamente ligado à toxidade, e, quando em contato, pode afetar diversos órgãos do sistema nervoso central, medula óssea, fígado, coração e os gânglios linfáticos. Os metais que segundo o Departamento de MicroBiologia da Universidade de São Paulo (ICB-USP) são considerados micro contaminantes ambientais, foram identificados na análise EDX. Além disso, o elemento ítrio, uma das terras raras, foi identificado em todos os pontos. O óxido de rubídio (Rb2O), no Ponto 5, indica alta periculosidade à população ribeirinha, pois o composto é altamente radioativo quando em contato com a água. Diante do trabalho descrito acima e das análises realizadas no equipamento Espectroscopia de Raio-x por Dispersão em Energia, chegou-se à conclusão de que há a existência de metais pesados em alta concentração e periculosidade nos sedimentos arenosos e argilosos do estuário do Rio Potengi, que indicam riscos a população próxima a este. Observou-se ainda, que apesar de estar em baixas concentrações, os elementos radioativos e os de terras raras foram encontrados em praticamente todos os pontos analisados.