As políticas públicas educacionais brasileiras estão comprometidas com os interesses que circundam as demandas privatistas da educação, expostas nos arcabouços legais justificadores da transferência de recursos econômicos para a iniciativa privada e, na outra ponta pelo sucateamento da pública educação. É possível verificar as consequências do alarmante sucateamento na desvalorização dos planos de carreira dos profissionais da educação, na precariedade das condições materiais objetivas de trabalho, no engessar das práticas pedagógicas reféns do receituário livro didático, além do aligeirado processo formativo que se converte em acriticidade frente às demandas cotidianas. Quando se pensa em formação, fala-se de políticas de formação, o que na cultura ocidental aparece de forma dual nas instituições familiar e escolar. Dada a centralidade e a exaltação da escola, é preciso compreender seu uso instrumental para o ajustamento cultural dos indivíduos em defesa de um ideal de cidadania. Se de outro modo fosse, se as políticas curriculares e de avaliação evidenciassem mais a humanidade do processo educacional do que a capacidade de produção em série, as múltiplas faces da politização estariam voltadas à dialogia entre teoria e realidades sociais. Entretanto, se a escola enclausurar -se em seus próprios guetos, disciplinas, práticas individualistas e de reducionista formação para o mundo do trabalho, os resultados sociais reificarão e estratificação imposta desde o advento do capitalismo. A educação não é meramente a transmissão de conteúdo formal aos educandos, antes, a educação tem como objetivo precípuo a constituição do senso de cidadania. Para tanto, no espaço escolar, toda essa atuação e pensamento deve cooperar com uma educação emancipadora e moderadora, com vistas a formar os cidadãos e cidadãs capazes de compreender de forma autônoma o mundo e com plena capacidade de decidir os rumos nos quais desejam viver. A escola é o espaço onde mais e melhor se pode internalizar e praticar a democracia, que vai levar a uma real solidariedade, o respeito, o diálogo, a colaboração e o bem-estar de todos os cidadãos. O espaço democrático é uma questão que não pode ser improvisado, pelo contrário, supõe uma tarefa e um compromisso, neste sentido, o Estado surge a partir da decisão e a necessidade de as pessoas que compõem, para unir esforços dentro de um espaço participativo para a realização do bem comum. Quando se pensa em formação, concomitantemente, fala-se de políticas de formação, o que na cultura ocidental aparece de forma dual nas instituições familiar e escolar. Essa responsabilidade bipartida não inclui outros espaços- tempo capazes de promover a emancipação intelectual dos indivíduos. Por isso, dada a centralidade e a exaltação da escola, é preciso compreender seu uso instrumental para o ajustamento cultural dos indivíduos em defesa de um ideal de cidadania. Se de outro modo fosse, se as políticas curriculares e de avaliação evidenciassem mais a humanidade do processo educacional do que a capacidade de produção em série, as múltiplas faces da politização estariam voltadas à dialogia entre teoria e realidades sociais. Nas últimas décadas, a educação nacional sofreu repressivas ações de sucateamento, em termos de política educacional, investimento econômico e perspectiva cultural de formação, freando a possibilidades de avanços, a médio e a longo prazo, de um projeto de sociedade democrático e promotor da autonomia política, intelectual e social dos alunos. Problematizar a atual reforma do Ensino Médio significa de igual modo questionar a validade da proposta de “continuação dos estudos” no Ensino Superior, como se, pelo atual modelo estrutural-curricular, fosse quase automática essa transição. Ao que se percebe, a prescrição prevista pode resultar no contrário, num retrocesso histórico que provocará na escola pública a redução de oferecimento de conhecimentos curriculares.