O investimento em educação é fundamental para impulsionar a produtividade do trabalho, aumentar a renda, diminuir as desigualdades socioeconômicas favorecendo uma mudança social e aumento do crescimento econômico. A educação no Brasil é consagrada na legislação como dever do Estado e direito de todos. Entretanto, a efetivação desse direito, principalmente para os segmentos do campo, especialmente no semiárido, está aquém do nível de qualidade necessário ao desenvolvimento socioeconômico e à emancipação dos sujeitos coletivos impedindo, dessa forma, que estes assumam o protagonismo do desenvolvimento regional (ANDRADE; FERNANDES, 2016). Nesta perspectiva, o presente estudo tem como objetivo geral caracterizar o nível de implementação de instrumentos educacionais em comunidades rurais localizadas na Área Susceptível à Desertificação (ASD) do Sertão dos Inhamuns, Ceará. Como contribuições destacam-se: a identificação dos instrumentos mais e menos implementado e a sistematização de informações importantes para a compreensão dos fatores relativos às questões educacionais. O presente estudo se direciona à ASD do Sertão dos Inhamuns que corresponde aos municípios de Arneiroz, Independência e Tauá. As unidades de observação selecionadas para o estudo foram 91 comunidades rurais situadas nos respectivos municípios as quais foram selecionadas por amostragem aleatória estratificada proporcional. Foi adotado na pesquisa dados primários coletados junto aos líderes ou representantes comunitários no período de dezembro de 2017 a janeiro de 2018. Os dados coletados foram analisados por meio de técnicas de estatística descritiva. As variáveis selecionadas para o estudo são as seguintes: existência de escolas na comunidade; existência de programas de educação para jovens e adultos; nível de escolaridade da maioria dos moradores; e existência de aulas de educação do campo. As questões foram elaboradas de acordo com a escala Likert onde os entrevistados avaliaram os níveis de implementação como ausente, ruim, regular ou bom. Os resultados evidenciaram um baixo nível de escolaridade nas comunidades, onde 64,84% dos entrevistados afirmaram que este indicador é ruim. Em 54,95% destas afirmou-se não haver escolas. Os programas de educação para jovens e adultos também são ausentes em 83,52% das comunidades. E, por fim, verificou-se que em apenas 4,4% das comunidades existem aulas de educação do campo. A educação é uma importante ferramenta de combate à pobreza, capacita os indivíduos para a as tomadas de decisão, possibilita o acesso a novas tecnologias, desenvolve o pensamento crítico, político e social. É um indicador de grande importância em quase todos os aspectos do desenvolvimento humano. Níveis maiores de educação possibilita a redução das taxas de mortalidade, elevação dos níveis de saúde, um padrão diferente de migração e crescimento econômico (LUTZ; KC, 2011). O baixo nível escolar contribui para o baixo nível tecnológico das comunidades rurais, impede o desenvolvimento rural, aumenta à susceptibilidade dos indivíduos às adversidades socioeconômicas e ambientais. Para promover o desenvolvimento do meio rural é necessário, antes de tudo, investir em uma educação com conteúdos úteis e aplicáveis, trazendo os problemas concretos dessa realidade para dentro das escolas com o intuito de criar as condições para desenvolver as habilidades dos indivíduos rurais
no sentido de estimular as suas potencialidades e a sua capacidade em solucionar problemas. Baixos níveis de escolaridade podem implicar na elevação dos níveis de pobreza dessa população.