Através de pesquisas (FERREIRA; PROUX; SILVA; BERNADI, 2008) foi descoberto que o patrimônio de cavidades naturais do estado tem uma rica diversidade em fauna e pesquisas nessa área só aumentam, chegando ao descobrimento de espécies que por antes consideradas extintas. Apesar da extrema relevância que as cavernas apresentam para o estado, estas diariamente passam por constantes ameaças, onde destacam-se a mineração do DNPM, as atividades petrolíferas, os assentamentos rurais, a mineração artesanal de calcário e a visitação desordenada, principalmente dos vizinhos das regiões. Pesquisas no ramo da espeleologia desenvolvidas no território norte-rio-grandense têm aparecido desde o início do século XXI, estudos desenvolvidos e administrados por órgãos que visam desde a relevância de cavidades, à bioespeleologia, espeleotopografia, estratégias de conservação e à paleoclima, contribuindo para base de dados estatal e acarretando políticas e tomadas de decisões para delimitação de áreas prioritárias como unidades de conservação, uma vez que contribuem com recursos e fatores do Semiárido nordestino. O presente trabalho traz um levantamento de todas as cavidades naturais do Rio Grande do Norte tendo em vista o diagnóstico de sua gênese e evolução, como também sua localização e disposição geográfica, além de peculiaridades, através dos estudos espeleológicos. Agrupando essas estruturas potiguares como patrimônio espeleológico e as definindo em elemento do semiárido nordestino com relevância para a fauna, a flora, os recursos minerais, os recursos hídricos e os fatores climático do estado. A metodologia do trabalho contou inicialmente com pesquisas de âmbito bibliográfico a respeito do tema central espeleologia, dando enfoque à subtemas como bioespeleologia e conflitos que ameaçam o carste; por conseguinte, foram acessados os bancos de dados do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas (CECAV) a fim de identificar, situar, contabilizar e classificar as cavidades do Rio Grande do Norte; assim, foi possível determinar litologia, potencialidade espeleológica, desenvolvimento linear e bacias hidrográficas, como também foram abertas seções para discussão acerca da bioespeleologia dessas cavernas e os conflitos que afrontam o patrimônio espeleológico regional como elemento do semiárido nordestino. O conceito mais utilizado nacional e internacionalmente de caverna consiste numa cavidade natural originada numa rocha abaixo da superfície examinada cujo diâmetro possibilita a passagem humana. Pela definição, conclui-se que o Rio Grande do Norte registra 1.026 cavidades, cerca de 6,2% do patrimônio espeleológico brasileiro e, estas cavernas apresentam diferentes unidades litológicas destacando divergentes zonas propícias à dissolução, definindo três classes de potencialidade espeleológica por litologia. Essa diferença na gênese, possibilita às cavidades topografadas e registradas no Núcleo Regional do CECAV, terem seus tamanhos determinados quando, com base nesses registros, a Sociedade Brasileira de Espeleologia – SBE estipula a média de desenvolvimento linear (DL). Classificando cavidades com DL inferior a 100m, DL entre 100 a 200m, DL entre 200 a 500m e DL superior à 500m. Também foram identificadas oito bacias hidrográficas onde estão distribuídas as cavernas, são elas: Bacia do Rio Apodi-Mossoró, Bacia do Rio Piranhas-Açu, Bacia do Rio Potengi, Bacia do Rio Jacu, Bacia do Rio Trairi, Bacia do Rio Grajú, Bacia do Rio Ceará Mirim e Faixa Litorânea Norte de Escoamento Difuso. Por isso, é de suma importância para a composição da paisagem semiárida
e do carste norte-rio-grandense buscar novas estratégias que objetivem a conservação das cavidades potiguares conscientizando a população através de eventos que unam as pessoas a essas estruturas, como por exemplo, palestras e visitas ordenadas às cavernas, ampliando assim o conhecimento não só através do contato como também por meio de pesquisas que possibilitem a ampliação da base de dados estatal acarretando, de certo modo, a delimitação de áreas prioritárias como unidades de conservação.