O concreto é um material que merece destaque em uma construção devido sua vasta utilização, que está intimamente ligada as suas propriedades como impermeabilidade, plasticidade e características como a disponibilidade e baixo custo dos materiais (PEDROSO, 2009). A produção desse material é feita pela mistura em proporções adequadas de cimento, agregados, água e, em alguns casos aditivos (FREITAS, 2012). Para garantir a qualidade do concreto é necessário realizar o controle tecnológico, que envolve diversos ensaios. Um dos ensaios mais simples e difundidos é o abatimento de tronco de cone (slump test) que mede a trabalhabilidade do material, permitindo que se controle a uniformidade (GEYER e SÁ, 2006). Fundamentado nos resultados produzidos a partir desse ensaio, a pesquisa buscou averiguar a consistência entre a parte de cálculo e execução do concreto por meio da comparação entre o abatimento do concreto produzido pelo traço com o adotado nos cálculos. Para atingir o objetivo, foi adotado uma metodologia em duas etapas, sendo a primeira a parte teórica e segunda a parte prática. Inicialmente foi realizado um estudo bibliográfico a respeito dos métodos utilizados no cálculo do traço do concreto, sendo o método escolhido o da ACI, devido a sua abrangência e por ser um dos métodos mais empregados na construção civil. Após a determinação do traço, foi realizado o slump test, o ensaio foi executado no laboratório de materiais da Universidade Estadual da Paraíba (campus VIII). Os procedimentos do ensaio seguiram as recomendações da ABNT NBR NM 67:1998. Inicialmente foi feito a preparação do concreto, posteriormente foi colocado a mistura no cone em duas camadas, cada uma com compressão de 25 golpes e por último foi feito a retirada do cone e medido o deslocamento do material. Os resultados foram obtidos para duas resistências características, uma de 15 MPa e uma de 25 MPa. Primeiramente foi calculada a resistência de dosagem do concreto aos 28 dias com um desvio padrão de 4,0, assim para 15 MPa obtendo a resistência de dosagem de 21,5 MPa, já para 25 MPa resultou em uma de dosagem 31,6 MPa. As características dos agregados utilizadas no cálculo da dosagem foram adotados com base em os resultados experimentais e bibliográficos, sendo assim уr,cim= 3,0 kg/dm³; уr,areia= 2,60 kg/dm³; уr,brita= 2,65 kg/dm³; уa,areia= 1,40 kg/dm³; уa,brita= 1,30 kg/dm³; Mcomp= 1.550,00 kg/m³; MF= 3,0; Dmáx= 19mm. . No caso da consistência do concreto fresco para 15 MPa foi adotado um abatimento de 40 a 60 mm e para 25 MPa foi de 60 a 80 mm. Com os valores e a aplicação das fórmulas foi obtido um traço para 15 MPa de 1:2,88:3,14:0,64 e para 25 MPa de 1:1,89:2,89:0,54. Os traços foram utilizados para produção do concreto, sendo essa porção produzida submetida ao slump test. Os valores obtidos no ensaio foram para de 15 de 10 mm e para de 25 de 25 mm. Ao comparar o abatimento considerados no cálculo do traço com o da execução do ensaio, é verificado distinção entre os procedimentos. Essa diferença mostra uma inadequação do traço do concreto o que ocasiona em uma resistência diferente da pretendida, caso esse concreto seja utilizado de forma errada no concreto de projeto causará na estrutura o aparecimento de patologias e até o desmoronamento. Para evitar esse tipo de problema é necessário fazer uma correção do traço, para isso a literatura indica vários métodos sendo um deles o ACI/ABCP que ajusta o fator água cimento. Assim, é possível vê a ligação entre parte técnica e executiva da engenharia, atentando a questão que mesmo com os procedimentos corretos em certos casos não é obtido exatidão entre partes, necessitando ajustes.