: Os insetos herbívoros estabelecem uma estreita interação com sua as plantas hospedeiras, já que nessa acontece todo o seu desenvolvimento e também é onde ocorre sua alimentação (BERNAYS; CHAPMAN, 1994). Detectar como os insetos enfrentam as características químicas e físicas das plantas pode auxiliar no entendimento das interações entre ambos, no desempenho dos insetos e até mesmo da sua distribuição nos habitats, tanto em escala temporal como espacial. Este trabalho teve como objetivo verificar a viabilidade do uso de Turnera subulata e Passiflora foetida como plantas hospedeiras e suas consequências no desempenho de E. hegesia. As plantas hospedeiras P. foetida e T. subulata, assim como os ovos de E. hegesia foram coletadas no campus da UFCG, CSTR e em Quixaba, PB. 18 ovos foram colocados em T. subulata e 20 em P. foetida. Os ramos foram mantidos em garrafas com água, cobertos com uma malha de voal e mantidas no Laboratório de Ecologia e Interações de Insetos da Caatinga (LEIIC), onde foram diariamente vistoriados. O laboratório teve um controle de luminosidade com o fotoperíodo de 12horas, temperatura de 24 ºC+ 1 e umidade relativa do ar entre 45 e 60%. Somente oito ovos eclodiram em P. foetida, permanecendo neste estágio de dois a cinco dias e somente quatro sobreviveram. Resultados preliminares apontam que dos sobreviventes um imaturo demorou quatro dias para fazer a ecdise do primeiro para segundo instar e três levaram cinco dias. Destes indivíduos somente um passou para o terceiro ínstar, ocorrendo à morte logo em seguida. Desta forma, houve 100% de mortalidade das larvas criadas em P. foetida. Dos 20 ovos colocados em T. subulata sete eclodiram, permaneceram no estágio de ovo de dois a cinco. O primeiro ínstar demorou de dois a cinco dias e somente três imaturos passaram para o segundo ínstar cuja muda demorou de três a seis dias. Os três imaturos fizeram a ecdise para o terceiro ínstar em cinco e seis dias, para o quarto ínstar de quatro à sete dias e para o quinto levaram de cinco à dez dias. Nove dias foram necessários para a metamorfose e emergência, totalizando em média 41 dias de ovo à adulto. Houve 16% de sobrevivência em T. subulata. A envergadura da asa dos adultos emergidos foi em média 30,42 mm similar a obtido por Tourinho e Freitas (2009). No presente estudo não houve sobrevivência de E. hegesia em P. foetida diferente do que ocorreu na Jamaica onde esta borboleta utiliza como hospedeiras T. subulata, P. foetida e P. suberosa (SCHAPPERT; SHORE, 1998). O fato desta planta ser aceita na Jamaica pode ser explicada pela especialização local (KERPEL; MOREIRA, 2004). É possível que a amplitude da dieta da população desse estudo seja menor do que das borboletas da Jamaica, a qual se trata de uma população insular isolada, possivelmente em um passo evolutivo diferente da população de Patos, PB, embora, novos estudos com número de indivíduos satisfatório estão sendo desenvolvidos e são necessários para tais afirmações.