SILVA, Maria Valnice Da. A bncc e as implicações para o currículo da educação básica. Anais CONADIS... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: <https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/50466>. Acesso em: 22/11/2024 00:35
Atualmente uma das principais pautas da educação brasileira refere-se a discussão sobre a uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para as escolas. Os argumentos favoráveis a sua implantação estão relacionados com questões históricas, políticas, econômicas, sociais e geográficas e envolvem sujeitos e instituições diversas. A BNCC define direitos de aprendizagem e as competências a serem desenvolvidas pelos estudantes em cada modalidade da Educação Básica. Já existem leis e documentos direcionados para a Educação Básica respaldaldando a necessidade de uma Base para as escolas. Esta questão estar presente na Constituição Federal (CF/1988) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN/1996). O texto da CF/1988 estabeleceu conteúdo mínimo nacional e conteúdo específico a nível local e regional. A LDBEN/1996 determinou a necessidade de uma base comum nacional equilibrada com conteúdo específico mediante a diversidade étnica, geográfica e cultural do Brasil. O Plano Nacional de Educação (PNE/2014) reiterou essa demanda por meio de metas e estratégias para serem alcançadas até o ano de 2024. A CF/1988 e a LDBEN/1996 regulamentou documentos para a Educação Básica como os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, 2000) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (1998, 2010, 2011). Os Parâmetros são documentos de caráter não-obrigatório com referência para a elaboração do currículo de todas as etapas da Educação Básica. As Diretrizes, por sua vez, são normas obrigatórias que orientam o planejamento curricular das escolas e sistemas de ensino fixadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). Portanto, esta pesquisa busca questionar argumentos que legitimam a ideia de uma BNCC para as escolas brasileiras. Neste sentido, a proposta deste estudo consiste em analisar as implicações da BNCC para o currículo da Educação Básica. O objetivo é discutir os diferentes argumentos que legitimam a consolidação da base. A pesquisa configura-se no modelo qualitativo, com procedimento documental e bibliográfico. Os documentos são as publicações oficiais sobre a Base, versões de 2015, 2016 e 2017. O referencial bibliográfico constitui-se de estudo de teórico como Young (2014), Mello (2014), Lopes (2015), Lopes; Macedo (2011), Macedo (2014), Pereira; Costa e Cunha (2015). Entre os argumentos dos defensores da Base como Young (2014), Mello (2014) estão o atendimento da legislação educacional e também a associação da BNCC com a qualidade. Estes argumentos são questionáveis pelos os autores contrários à ideia de Base como Lopes; Macedo (2011), Pereira; Costa e Cunha (2015). Estes autores afirmam que já existem leis e documentos como as DNCEM e os PCNEM que dão conta de atender a essa demanda do conteúdo mínimo nacional. Também que a melhoria da qualidade envolve interesses diversos e distintas demandas, como investimentos em política salarial, em política de formação continuada e melhoria na infraestrutura das escolas. Entretanto, a BNCC fica comprometida com a aprovação da Emenda Constitucional (EC 55/2016) que estabeleceu um limite para os gastos públicos pelos próximos 20 anos, inclusive os gastos com a educação. Por fim, os autores que argumentam a falta de fundamento para uma BNCC, consideram que a BNCC é um instrumento com finalidade de regular o currículo das escolas e por consequência, o trabalho dos docentes. Portanto, a BNCC traz implicações para o currículo da Educação Básica na medida que tenta regular o conhecimento por meio de conteúdos mínimos, competências, habilidades e desempenho nas avaliações.