Acompanhando o desenvolvimento do setor fotovoltaico, o Brasil tem buscado superar as barreiras da inserção da fonte solar em sua matriz energética por meio de diversos projetos em operação para seu aproveitamento. Devido a fatores climáticos, o país é privilegiado pela alta incidência solar, conferindo-lhe um grande diferencial frente a outros territórios. Segundo o Plano Nacional de Energia 2030, o Nordeste é a região de maior radiação solar do país, com média anual comparável às regiões com maior radiação solar do mundo. Nesse sentido, a expansão da energia fotovoltaica já é uma realidade presente no Rio Grande do Norte, que ampliou em mais de 4000% sua capacidade instalada de geração em energia solar fotovoltaica distribuída em um intervalo de 4 anos (TRIBUNA DO NORTE, 2018), a qual também é ressaltada pelos projetos do IFRN (Instituto Federal do Rio Grande do Norte), que atingiu a meta de gerar energia fotovoltaica em todas as unidades da instituição, sendo referência e tendo reconhecimento a nível nacional. Nesse contexto, as microempresas também buscam alternativas para sustentavelmente manter o abastecimento energético e obter maior rentabilidade relacionada à economia com custos de energia, bem como melhorar sua imagem frente aos consumidores, ampliando sua competitividade no mercado. Nessa perspectiva, o presente artigo tem o propósito de apresentar um estudo de caso específico da viabilidade e eficiência energética da utilização do sistema fotovoltaico em uma pequena empresa na cidade de Natal/RN, bem como incentivar outras microempresas a iniciarem seus negócios visando meios ambientalmente diferenciados. As pesquisas para realização do trabalho embasaram-se em livros, periódicos, artigos científicos, teses e dissertações, dos quais foram avaliados os principais aspectos da energia fotovoltaica. Realizou-se um questionário qualitativo e quantitativo, aplicado ao proprietário da microempresa, uma farmácia localizada em Natal/RN, evidenciando as mudanças realizadas para este tipo de energia e as etapas do processo de instalação. Outros instrumentos foram: entrevistas, registros fotográficos, descrição de equipamentos e suas funções e confecção de fluxograma de blocos do processo de instalação da energia solar. Também foi realizada uma avaliação a partir do levantamento de respostas em kWh antes e depois da aplicação da energia fotovoltaica no local. O sistema utilizado pela empresa começou a operar em janeiro de 2017 e sua instalação durou menos de uma semana. Foi aferida uma redução de 84,83% no consumo de energia em kWh após sua implantação. Também se verificou que o consumo médio correspondia a 3.784,25 kWh/mês e que foi dimensionado um sistema proposto para gerar uma média mensal de 3.721,75 kWh, o equivalente a R$ 2.269,89 de economia/mês (o gasto mensal médio com energia antes da implantação era R$2700,00). Assim, o payback da microempresa, que investiu R$147.000,00 através de um empréstimo e teve uma receita de R$27.238,68 por ano com o novo sistema energético, foi em torno de 5,5 anos. Aliada a isso, a parcela mensal do empréstimo realizado tem um valor próximo das prestações de energia elétrica pagas antes da implantação do sistema, além do fato dessas diminuírem de valor ao longo dos anos. Mediante os resultados obtidos, apesar de a eficiência energética oscilar em certos meses devido a fatores climáticos, pode-se afirmar que a adoção desse sistema energético pela microempresa é viável ambiental e financeiramente, dado que é realizada por uma fonte renovável, com facilidade de instalação, grande vida útil, alta eficiência energética e com rápido retorno de investimento. Os benefícios adquiridos foram superiores às poucas desvantagens encontradas, como o impasse da disposição das placas solares após seu funcionamento. Ainda, por ser localizada em Natal/RN, a qual possui alta incidência de radiação solar, a microempresa encontra ainda mais vantagens competitivas frente a outros locais.