O processo de desertificação encontra-se em maior proporção nos estados da região Semiárida do Nordeste, em especial na Paraíba (INSA, 2012). O extrativismo vegetal desordenado apresenta potencial para programas de reflorestamento. Os solos do Bioma Caatinga com manejo inadequado do solo são os principais fatores que contribuem para este processo (OLIVEIRA et al, 2017). As espécies florestais jucá (Caesalpinia ferrea), craibeira (Tabebuia aurea) e cumaru (Amburana ceareisis), especialmente os Luvissolos, são pobres em fósforo e em matéria orgânica. O fósforo (P) atua como elemento essencial, em que sua carência afeta diretamente nos processos fisiológicos das plantas (SILVA et al., 2010). Com isso, no presente trabalho objetivou-se avaliar o acúmulo de fósforo (P) em espécies nativas do Bioma Caatinga, cultivadas em amostras de um Luvissolo Crômico degradado, em função de doses de P com adição e sem adição de matéria orgânica. O experimento foi realizado em ambiente telado do Centro de Ciências e Tecnologias Agroalimentar da Universidade Federal de Campina Grande, (CCTA/ UFCG), campus Pombal. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 5 x 3 x 2, sendo cinco doses de fósforo (0, 50, 100, 150 e 200 mg dm-3 ), três espécies arbóreas: cumaru (A. ceareisis), craibeira (T. aurea ) e jucá (C. ferrea) e duas doses de matéria orgânica (0 e 50g/kg). Aos 120 dias de cultivo, separaram-se as partes aéreas das mudas e das raízes, as quais foram secas em estufa (65ºC) para a obtenção do acúmulo de P na massa seca de folhas (MSF), de caule (MSC) e massa seca de raízes (MSR), bem como a massa seca total (MST), onde foram trituras no moinho de facas para posterior analise da leitura de fósforo. As quantidades acumuladas de P nas espécies craibeira e jucá foram positivamente influenciados pelas doses de P aplicadas, independentemente da adição de matéria orgânica ao solo. A espécie craibeira acumulou as maiores quantidades de P em suas folhas, caule e massa seca total quando comparada com as demais espécies. No entanto, dentre as espécies estudadas, o cumaru apresentou o menor acúmulo de P em sua massa seca, não apresentando ajuste significativo em nenhuma das partes da planta. De maneira geral, independente da espécie florestal estuda, a adição da matéria orgânica proporcionou os maiores acúmulos de P na massa seca de folhas, do caule, e total. Portanto, a matéria orgânica contribuiu para aumentar a disponibilidade de P no solo e assim favoreceu o acúmulo de P nas espécies estudadas, independentemente das doses deste nutriente (LIMA, 2015). Desse modo, conclui-se que apesar dos distintos comportamentos das espécies florestais estudadas a adição da matéria orgânica em função das diferentes doses de fósforo aplicadas no solo atuou de forma significativa para o acumulo de P nas plantas.