O reaproveitamento de cascas como biomassas permite que seus nutrientes sejam disponibilizados ao solo antes de sua degradação e disponibiliza aos agricultores técnicas não onerosas de obtenção de adubo orgânico natural. Os resíduos (cocos descartados), provenientes do pós-consumo, que poderiam ser aproveitados para gerar uma série de produtos, acabam sendo acumulados criando incômodos para a população. Um demorado incômodo, pois o tempo médio de decomposição desses resíduos, são de longos 8 a 12 anos. As folhas verdes podem ser associadas à cascas de coco verde pois apresentam boa troca de nutrientes com estas biomassas. A estrutura do pó de coco associado às suas propriedades físico-químicas torna-o particularmente adequado para ser utilizado como substrato. O termo substrato aplica-se a todo material sólido, natural, sintético, residual, mineral ou orgânico, distinto do solo, que colocado em um recipiente em forma pura ou em mistura permite o desenvolvimento do sistema radicular. O substrato exerce a função do solo, fornecendo à planta sustentação, nutrientes, água e oxigênio. Os substratos devem apresentar baixo custo, disponibilidades nas proximidades das regiões de consumo, suficiente teor de nutrientes, boa capacidade de troca de cátions, relativa esterilidade biológica, e permitir a aeração e a retenção de umidade, além de ser capaz de favorecer a atividade fisiológica das raízes. A casca de coco é um resíduo que apresenta elevada concentração de taninos, composto tóxico responsável pela redução do crescimento de plantas, característica negativa à aplicação do pó de casca de coco como substrato que pode ser corrigida pela aplicação de lavagens com água. Pesquisadores já afirmam as vantagens e desvantagens do uso do pó de casca de coco verde como substrato na adubação para germinação de mudas. O projeto desenvolveu uma produção de pó de casca de coco verde otimizada quando comparada à diferentes literaturas, o pó foi produzido considerando tempo de secagem, granulometria ideal para maior absorção de nutrientes e umidade ideal para conservação do pó. O Solo do Cariri foi avaliado e foi escolhido o sítio com solo do tipo Luvissolo Crômico para teste da aplicação do pó como biomassa e avaliação do crescimento do cuentro em 30 dias com a presença de diferentes substratos (S1: Esterco Bovino; S2: Pó 42-79 mesh de casca de coco+fibra de coco+esterco bovino; S3: Pó 80-99 de casca de coco+esterco bovino). O crescimento foi satisfatório para os canteiros com a presença dos substratos S1 e S3, apresentando cuentros de maior altura (33 cm) em comparação à aplicação do primeiro substrato (27 cm). O projeto avaliou as condições de disposição de água de carro pipa e estudou a remoção de tanino por lavagem de água. Assim como apresentou ao agricultor e construiu a produção do pó e plantio na realidade da região do Sítio, pela opção do agricultor do uso de forrageira. A troca de nutrientes foi satisfatório, onde foi possível observar uma coloração intensa verde das folhas durante o crescimento.