Na Segunda Guerra Mundial, o mundo sofria numerosas crises econômicas e ainda não havia se recuperado satisfatoriamente da primeira grande guerra mundial. Diante disso, alguns autores da época produziram obras que falavam de suas angústias diante do vivenciado, como é o caso de Albert Camus e de Carlos Drummond de Andrade, autores que escreveram obras retratando o sentimento vivido por eles e compartilhado por outros naquele cenário histórico. Drummond escreveu em 1940 sua obra “Sentimento do mundo”, uma coleção de poemas que apresenta grande sensibilidade diante dos acontecimentos da época; já em 1942, Albert Camus publica “O mito de Sísifo”, um ensaio filosófico sobre a filosofia do absurdo, discutindo as angústias humanas, especialmente afloradas nessa época. Em face do que dissemos, neste estudo buscamos pensar se os poemas de Drummond compartilham do absurdismo que marca a filosofia de Camus. Para a resolução dessa problemática, buscamos seguir três etapas metodológicas: na primeira, expor o conceito de “absurdo” para Camus; na segunda, analisar os sentidos dos poemas drummonianos no seu horizonte histórico; e por fim, analisar os referidos poemas a partir da concepção camusiana de absurdo.