O envelhecimento representa um processo natural com alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas. Portanto, não deve ser sinônimo de doenças e sim de modificações decorrentes do tempo vivido. Em todos os sistemas do corpo humano ocorre um declínio de função decorrente do envelhecimento. As demências, caracterizadas pela perda das habilidades cognitivas e emocionais, são consideradas um problema de Saúde Pública que interfere na vida diária dos idosos, tendo a estimulação cognitiva contínua importante papel, pois pode auxiliar na estabilização e até resultar em alguma melhora dos déficits cognitivos e funcionais em idosos. Esse tipo de atividade deve se constituir como uma tecnologia do cuidado em enfermagem. Objetivou-se com este trabalho relatar a experiência da aplicação de uma atividade lúdica como forma de estimulação cognitiva para um grupo de idosos. Trata-se de estudo descritivo do tipo relato de experiência. As atividades foram realizadas no Centro de Desenvolvimento Familiar (CEDEFAM) na cidade de Fortaleza/CE, em 10 de maio de 2017. A atividade proposta teve duração de, aproximadamente, 60 minutos e ocorreu durante o encontro de um grupo de idosos organizado por professoras do departamento de Enfermagem da Universidade Federal do Ceará. A atividade intitulada “Conversando sobre quedas através do jogo da memória” teve participação de 6 idosas e um grupo de 7 acadêmicos de Enfermagem, que preparou e realizou a intervenção. Foram colocados 16 cartões de jogo da memória sobre uma mesa, colocados com a imagem para baixo e embaralhados. A seguir, as idosas foram instruídas a escolherem um cartão, virarem o mesmo para cima e irem em busca de outro, o qual acreditavam ser o par. Caso não acertassem, deveriam virar os cartões novamente para baixo. Quando um par era formado, as idosas eram estimuladas a falar sobre a representação da imagem (todas as imagens tinham relação com o tema quedas) e o que achavam que facilitaria a queda e formas de evitá-la. Todas as idosas formaram, no mínimo, um par e participaram relatando experiências próprias -ou outrem- de quedas, demonstrando conhecimento dos fatores promotores e preventivos de quedas. Os resultados obtidos após a estimulação com o jogo da memória foram descritos com resultado satisfatório pela maioria do grupo, tendo os participantes percebido melhora nos aspectos relativos à memorização, e a capacidade de compreensão sobre o assunto proposto na atividade, sendo isso comprovado através das conversas e relatos realizados após o jogo de memória. Pode-se afirmar que o trabalho realizado com a utilização dos jogos desenvolveu a interação e a troca de saberes, o que favoreceu o ensino-aprendizagem e a coletividade entre os idosos. Nesse sentido, o jogo de memória funciona como um estímulo para o desenvolvimento e manutenção da cognição, além de permitir trabalhar temas de suma importância que fazem parte da realidade diária do idoso.