Este trabalho tem como objetivo refletir sobre a dicotomia presente entre ensino de língua/linguagem e as práticas de uma pibidiana e da professora supervisora em sala de aula. Com Geraldi (1994), entendemos que o “para quê” no ensino de Língua Portuguesa envolve tanto uma concepção de linguagem quanto uma postura em relação à educação. Partindo do pressuposto de que, segundo Bakhtin (1988), a situação constitui e é constituída pela enunciação, precisamos entender que cada interação, e entre elas a que se enquadra o gênero discursivo aula, tem configuração única e particular, entendendo que a linguagem é situada como o lugar de constituição das relações sociais (BAKHTIN, 2003). A partir da perspectiva qualitativa de pesquisa (LÜDKE E ANDRÉ, 1986), foram analisadas notas de campos e diários reflexivos de uma aluna vinculada ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID-Letras Português/FALE-UFAL/CAPES), em uma turma do 7° ano de uma escola da rede pública estadual de Maceió - AL. Observamos, em conclusão, na análise de alguns enunciados de aula, indícios enunciativos que evidenciaram estratégias pedagógico-linguísticas da professora e da pibidiana para que houvesse aproximação dos conhecimentos prévios do aluno com o que estava sendo trabalhado naquele contexto. A observação da linguagem utilizada pela professora e a pibidiana apresenta, em alguns momentos, estratégias interacionais que visam possibilitar a maior proximidade entre os saberes dos/as alunos/as e das/as professoras/as em formação, resultando no maior envolvimento do discente no processo de ensino-aprendizagem.