A população brasileira é composta por uma miscigenação de povos e culturas indígenas, africanas e europeias. A relação dos africanos com o Brasil começou no início do século XVI, quando os negros foram trazidos como escravos e foi marcada por inúmeras desigualdades, já que os negros eram vistos como mercadoria, tendo sua condição de ser humano ignorada. Devido a esse processo de construção cultural marcado pela desigualdade social, mesmo com a abolição da escravidão, o povo negro continuou sendo visto de forma inferior e preconceituosa. Sendo assim, a educação é um fator determinante para a desconstrução dessa visão negativa. É nesta perspectiva que situamos a presente pesquisa, que, junto ao “Projeto Cinema e Educação: despontando cidadania para além dos muros da UFPI”, tem como objetivo levar, ancorado na proposta da pesquisa-ação, a realização de oficinas à uma escola da Rede Pública da cidade de Parnaíba, a fim de possibilitar as trocas de saberes a partir da análise e produção do audiovisual, permitindo, assim, que todos os envolvidos (as) pensem o mundo que os cerca, bem como a negritude, por meio das imagens e da reflexão fundamentada na literatura sobre o tema. Apesar da pesquisa estar em andamento, temos uma contribuição teórica e uma experiência significativa para acreditar que o filme pode ser utilizado como fonte de pesquisa e abordar as distorções históricas, combatendo a discriminação e o preconceito racial em relação a cultura afro-brasileira e africana no contexto escolar.