O presente trabalho tem como objeto de estudo a inclusão de crianças negras no processo educacional das escolas na cidade de Santos, reconhecido reduto do movimento abolicionista do país. Berço de quilombos, como o do Jabaquara, do Pai Felipe e do Santos Garrafão, a cidade manteve uma sociedade pautada em relações inter-raciais muito peculiares. Com um percurso metodológico apoiado na História Cultural, adotou-se como, como eixo modal da proposta, a frase adotada no brasão da cidade de Santos: “Terra da caridade e da liberdade!” para determinar as possíveis contradições no processo de escolarização de seus “filhos” negros, ex-cativos, diante de uma elite santista fruto de um Brasil escravocrata, entre o período pós-abolição até a Primeira República. Os primeiros resultados da pesquisa foram obtidos por meio de uma revisão bibliográfica sob o tema História da Educação brasileira, em especial, sob o enfoque de questões relacionadas à educação dos negros, visando estabelecer os padrões que constituíram o modus vivendi da sociedade da época, bem como o entendimento do contexto histórico que se estabeleceu a partir da libertação oficial dos escravos e o início da República brasileira, diante das relações imbricadas entre brancos e negros numa sociedade racista. Utilizou-se como fonte documental: relatórios de inspetores literários, mapas de classe, ofícios, atas de exames, jornais, petições, entre outros, constantes em acervos públicos e particulares. Apresentam-se aqui as impressões preliminares sobre o objeto analisado.