A sexualidade do usuário de cadeira de rodas e os seus modos de subjetivação, nosso objeto de estudo, estrutura-se sob a ótica de que a associação da sexualidade ao prazer e ao corpo “perfeito” é um dos grandes entraves para que a sexualidade dessa pessoa possa ser vista e aceita com naturalidade. Tal perspectiva nos sinaliza que a sociedade normatiza o que deve ser aceito como normal e anormal, estabelecendo formas de controle e aceitação social. Nesse contexto, que prioriza a reprodução, desempenho e o culto ao corpo, a sexualidade do cadeirante tem sido rechaçada. Com o objetivo de refletir e analisar as abordagens acerca das pessoas com deficiência física buscou-se identificar os mitos, os preconceitos, os marcadores sociais de diferença, as relações de poder e como os modos de subjetivação aproximam-se da proposta social de inclusão. A importância desta temática justifica-se pela sua contemporaneidade, dentre outros fatores, pela necessidade de contribuirmos para que jamais uma pessoa possa ser rechaçada e entendida como assexuada devida a sua condição física. Para esta pesquisa, realizou-se uma vasta revisão bibliográfica a partir dos principais autores que abordam esta temática, buscando compreender os diversos pensamentos existentes e sua contemporaneidade com a atual conjuntura politica social brasileira. Portanto, os estudos nos mostram que a sexualidade da pessoa com deficiência física não foi entendida com naturalidade até então, devido à interpretação feita de que um corpo que apresenta uma deficiência física também possui uma sexualidade deficiente e/ou inexistente. Pois, é preciso aceitar o outro e aceitá-lo sem ressalvas, considerando-se a deficiência da pessoa, mas também indo além dela.