Em boa parte do território brasileiro há uma escassez de gestores para as organizações
culturais e artísticas. Tal problema é acarretado, em parte, pela deficiência na formação dos
gestores e, também, dos artistas, bem como pelas dificuldades em formar profissionais
numa lógica interdisciplinar. Neste contexto, esta pesquisa exploratória e explicativa visa
discutir os obstáculos e os desafios a serem enfrentados pelos gestores e pelos artistas
para a inserção no mercado de trabalho, a partir de uma revisão bibliográfica, documental e
entrevistas com acadêmicos, gestores e artistas. Os resultados preliminares apontam que a
oferta de ensino de administração e de artes no Brasil é ampla. Contudo, na área de
administração, seu foco na maioria das vezes é formar pessoas capacitadas para ocupar
cargos de gestão como funcionários em áreas de conhecimento mais voltadas a atender às
necessidades de grandes organizações. E na área de artes, qualificar profissionais que
possam se expressar nas diversas linguagens artísticas. Desta forma, há uma carência de
cursos que contemplem conhecimentos de gestão, produção cultural e arte para contribuir
na formação de profissionais de carreiras artísticas e gestores. Conclui-se que os
conhecimentos de produção e gestão de organizações culturais e artísticas, por também
contribuírem com a noção de “organização” presente na ciência administrativa,
proporcionam aos profissionais das carreiras artísticas ferramentas para estruturar e
gerenciar suas atividades laborais.