O ensaio presente visa a discussão sobre o uso da literatura de cordel na disseminação do saber histórico, político, econômico e social na contemporaneidade para além do seu uso na preservação da cultura popular, da memória e da construção da identidade cultural e regional que caracterizam o imaginário nordestino. Buscando apresentar os folhetos de cordel como uma proposta viável de incorporação e utilização pedagógica exaltando o papel de origem folkcomunicacional dos cordelistas como agentes e mediadores da folkcomunicação na sociedade propondo uma nova pedagogia nas instituições de ensino, sejam estas de ensino infantil, de jovens e/ou adultos na educação de base e partindo também para campo de estudo a ser explorado cientificamente na esfera acadêmica. O folheto revela-se como objeto de reflexão da cultura marginalizada da sociedade através de seu papel na construção do conhecimento em versos e rimas como mídia comunicacional e com elo firmado com a educação com temas que podem ser aproveitados por diversas áreas do conhecimento. Muitos poetas abandonaram a ideia das estórias fantásticas para adotar discussões sobre os espaços sociais adaptando-se e adequando-se aos novos tempos. A pesquisa toma como corpus textos de cunho histórico que suscitam o resgate de passagens de suma importância para a sociedade com a visão crítica do poeta Medeiros Braga, especificamente os folhetos “50 anos do Golpe Militar” (2014) e “Lampião, Rei do Cangaço” (2016) que relatam a história de ângulos distintos. Tecendo algumas considerações sobre o (re)posicionamento dos cordelistas no cenário contemporâneo permitindo-nos unir os saberes da esfera acadêmica vistos em sala de aula com os saberes destes agentes folkcomunicacionais através de uma linguagem de fácil acesso em todos os aportes da sociedade.