A hipótese que levantamos neste artigo é que a divisão social do território produz diferenciações no sistema público de ensino e analisamos de forma particular o caso do bairro operário de Pe-quiá, em Açailândia – MA. Para efetuar esta análise tomamos como partida os conceitos das obras de Pierre Bourdieu, incluindo reflexões de autores contemporâneos e utilizamos das técnicas de pesquisa bibliográfica e documental. O objetivo deste trabalho é, partindo das condições físicas da estrutura predial da escola, analisar a influência do território, efeito-lugar ou efeito-vizinhança, na qualidade dos serviços prestados, especificamente a educação, e o impacto produzido na vida destes estudantes, certos de poder explicar estas condições por meio de raciocínios construídos nas Ciências Sociais. O espaço é local para exercício e afirmação de poder: o abandono de determinadas regiões é na verdade a expressão da ausência do Estado, ou de outra forma, esta ausência é a operação de um poder, a forma como se convencionou utilizá-lo. O espaço físico simboliza também o espaço social que os indivíduos ocupam no sistema de hierarquias e preferências sociais. Escrito nas estruturas mentais, as condições precárias do espaço físico são incorporadas, colocando o indivíduo em um estado de resignação e na-turalização das problemáticas, é o meio pelo qual se incorporam as estruturas sociais que por sua vez, legitimam e mantêm a desigualdade.