O cyberbullying tornou-se uma das principais preocupações de educadores na contemporaneidade. Mas que relações podem ser estabelecidas entre este tipo de assédio virtual e o pertencimento cultural dos jovens implicados? O presente artigo objetiva compreender as experiências de cyberbullying de estudantes universitários do Brasil e de Portugal tanto enquanto vítimas quanto agressores. Para isto, começaremos por identificar os comportamentos de cyberbullying mais frequentes, para em seguida analisar as plataformas digitais mais utilizadas pelos jovens em cada contexto cultural. A pesquisa contou com a participação de 1340 estudantes universitários, dentre os quais 44.18% eram do Brasil e 55.8% de Portugal. As respostas obtidas através do Questionário do Cyberbullying no Ensino Superior (QCES) devidamente validado e adaptado para a pesquisa. Os resultados indicam que 44.6% dos estudantes do Brasil, bem como 43.0% dos estudantes de Portugal afirmam já terem sido vítimas de cyberbullying ao menos uma vez. Além disso, 20.8% dos estudantes no Brasil e 12.6% dos universitários de Portugal reconhecem já terem cometido agressões virtuais em algum momento da vida. Quanto aos comportamentos de vitimização e agressão mais citados pelos participantes destacam-se: insultar, zombar e espalhar boatos. Quanto às plataformas digitais em que os episódios decorreram, o Facebook apresentou uma maior porcentagem nos dois tipos de envolvimentos e nos dois contextos culturais. Em conclusão, espera-se que os resultados obtidos contribuam à elaboração de programas de prevenção do cyberbullying pautados em valores éticos e no respeito à diversidade cultural dos jovens envolvidos.