Ao longo da história da educação no Brasil e, consequentemente, das conquistas
em torno desse direito hoje considerado público subjetivo, diferentes instrumentos foram
desenvolvidos com o objetivo de aferir a qualidade da formação escolar que se oferecia. Um
destes é o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), índice utilizado com
vistas a melhoria da educação. Contudo, o que ocorre de fato é a modificação dos currículos
escolares, a fim de preparar os alunos para os exames, como a Prova Brasil, e o mau uso dos
dados fornecidos pelas avaliações, servindo muitas vezes para a concorrência entre escolas.
Dessa forma, este trabalho tem por objetivo analisar, num recorte microestrutural, as
influências das avaliações em larga escala no contexto escolar, associando-as a estudos
previamente feitos na literatura sobre tal temática. Temos por base pesquisas realizadas por
autores como Werle (2010), Bonamino e Sousa (2012), Chirinéa e Brandão (2015), Freitas
(2014) e Silva (2010). A metodologia consiste na análise da literatura prévia sobre as
avaliações e associação das ideias dos estudiosos com entrevistas realizadas em duas escolas
do município de Campina Grande/PB, uma de ensino fundamental e outra de ensino médio.
Os resultados indicaram a necessidade de melhoria nos sistemas de avaliação, de modo que
seus métodos e dados possam ser mais bem utilizados, além de corroborarem a ideia de que os
conteúdos abordados nos exames das avaliações externas são, por vezes, privilegiados nos
currículos escolares.