O objetivo desta discussão de caráter filosófico-pedagógico é compreender, a partir da filosofia de Merleau-Ponty, o desenho infantil como expressão do mundo percebido pela criança, sem interferência do adulto com suas visões instituídas de mundo. Pensar no resgate do desenho infantil no ensino de arte é propiciar o retorno a uma linguagem originária que encontra na percepção da criança como o mundo a afeta. Segundo Merleau-Ponty, o desenho como linguagem expressiva traduz como o visível se apresenta ao percebedor. A criança no seu desenho põe sua imaginação, sua criatividade, seu estado psicológico e sociológico. O desenho expressa quem percebe e a coisa percebida. Na linguagem operante do desenho não existe o mecanismo de virtualidade na criança, que nos faz considerar naturalmente o signo da coisa como sendo o seu significante social. O desenho infantil, objeto de discussão neste trabalho, demonstra o que é o artista, pois pintar é criar, manifestar no visível como nos relacionamos com o mundo a nossa volta. Diante do exposto nos perguntamos: como são os procedimentos didáticos no momento que se incentiva a pintura? Quais são as orientações dadas pelo PCN em arte que valoriza as diversas expressões conforme as regiões geográficas? Se considera a percepção da criança ou se orienta a partir do mundo de visão do adulto? Desse modo, resgataremos a arte não como saber geométrico e teórico, mas como criação expressiva que está na base de um desenvolvimento humano salutar valorizando as expressões culturais regionais e locais e, no nosso caso a Amazônia.