O cotidiano da escola e as relações que acontecem mais especificamente em sala de aula ainda enfrentam o desafio de serem compreendidas as causas e consequências das atitudes indisciplinares. Tem-se discutido amplamente sobre o impacto que essas relações conflituosas exercem no processo de ensino-aprendizagem. Estudos como o aqui é apresentado, apontam para a urgência de voltarmos nossa análise para os aspectos interculturais presentes nos relacionamentos dos indivíduos, que permeiam discussões e diálogos e as questões curriculares, por vezes acampadas em um discurso monocultural que desconsiderando as identidades dos alunos, pode também interferir no processo de ensino-aprendizagem e incorrer em comportamentos indisciplinares. Para melhor compreensão de como esses fatores se relacionam foi desenvolvida uma pesquisa de observação sistemática qualitativa-descritiva em duas escolas da rede Municipal de Educação da cidade de Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, com o intuito de responder a seguinte pergunta: Como compreender as relações entre a indisciplina discente e a diversidade cultural no espaço escolar para contribuir com um ensino mais democrático? Tal indagação se torna recorrente nos fazeres educacionais, devido ao grande distanciamento entre o aluno e suas realidades socioculturais e a aprendizagem oferecida pela escola que, influenciada pelos padrões estabelecidos pelos sistemas educacionais, pode colaborar para que comportamentos indisciplinares intervenham no processo de ensino-aprendizagem podendo acarretar possíveis fracassos escolares e a exclusão desses alunos do sistema de ensino.