Os povos indígenas são vistos e tratados como parte do folclore brasileiro ou como fantasia carnavalesca. A visão preconcebida acerca desses grupos étnicos, tem perpassado como uma herança cultural. Na educação regular, cada vez mais acontece a degradação da imagem do indígena. Isso contribui significativamente para a discriminação dos poucos povos que ainda entendem e afirmam-se enquanto descendentes de índios. A imagem distorcida que é propagada tem camuflado a importância dos indígenas na constituição social brasileira. Pensando a educação como capaz de transmitir conhecimentos de uma geração para outras, torna-se indispensável buscar entender a qual a real função desempenhada pela Escola Municipal João Lino, enquanto única instituição de Educação Escolar Indígena do Estado do Rio Grande do Norte. O processo de integração sofrido pelo índio na sociedade nacional resultou em perda de aspectos culturais singulares de diversos grupos indígenas. Por outro lado, esse processo não ocasionou o desaparecimento desses povos. Acreditamos ser necessário atribuir valores à essa escola e problematizar a sua real relevância para uma Educação Escolar Indígena de qualidade. Precisamos problematizar qual seria o papel da mediação do conhecimento indígena na preservação e manutenção da cultura desses povos. Percebendo e focando naquilo que há de mais específico e próprio em sua forma de ensino-aprendizagem e identidade. A Escola no Catu é a prova concreta que educação e cultura estão vinculadas. Atribuindo um novo significado, partindo de uma nova visão. Ou seja, ressignificando o modo de se comportar de cada pessoa, em cada cultura.