A restrição a direitos fundamentais e desvalorização dos negros durante o período colonial, acentuou o percurso de organização escolar brasileira de desdém aos assuntos voltados para a educação étnico-raciais, desempenhando um reforço ao racismo no Brasil principalmente com o silenciamento dos profissionais de educação, estimulando o desconhecimento de negros e pardos a sua cultura pertencente. Visando a dificuldade de percepções individuais da identidade cultural negra no espaço escolar, o objetivo do presente relato foi descrever a experiência de uma aluna negra do ensino fundamental, expondo o reconhecimento de sua identificação racial durante as aulas de História. O trabalho descreve a experiência numa escola da rede privada, localizada em Recife/PE. As atividades foram desenvolvidas na sala de aula do primeiro ano do ensino fundamental durante as aulas de História, partindo do autorretrato dos alunos. Organizado em quatro aulas, sobre as temáticas: Identidade cultural, História e Cultura Afro-brasileira e Africana. A turma continha 15 alunos, uma negra. Após a proposta do livro didático, percebeu-se que a aluna negra fez o desenho de si com características brancas, a partir desta ausência de reconhecimento da identidade, foram desenvolvidas com a turma estratégias para que esta aluna conhecesse juntamente com os demais alunos sobre identidade cultural, evidenciando a história dos negros. Após as intervenções a criança identificou-se enquanto negra. Pensar uma educação numa perspectiva multicultural é necessário para evidenciar na sala de aula as histórias de afro-brasileiros até a atualidade, a fim de que estes alunos se sintam pertencentes a sua história e identidade cultural.