A universidade é um espaço de escrita científica e os graduandos, quando ingressam, não dominam os gêneros textuais específicos dessa esfera discursiva, o que demanda um trabalho sistemático e consistente neste sentido. Porém, mesmo com trabalho realizado nesta direção na universidade, ainda podem ocorrer lacunas graves nas produções textuais, cujas causas podem estar relacionadas a fatores socioeconômicos, culturais ou por uma má formação na Educação Básica. Este estudo investigou um curso de extensão, com 36h, que objetivou levar os licenciandos em Química, em Física e em Matemática a desenvolverem habilidades de produção de textos científicos: matéria científica, resumo acadêmico/científico, editorial para compor um boletim informativo acadêmico. Houve a investigação das dificuldades dos graduandos na utilização dos aspectos linguístico-discursivos nos textos e em que medida os graduandos conseguiram progredir, considerando suas características socioeconômicas, culturais e cognoscentes. Na coleta dos dados, foi considerada a perspectiva quali-quantitativa, quando os elementos nos textos eram identificados, comparados e explicados em relação ao uso. Foi detectado que houve um avanço significativo comparando-se a primeira e a segunda versões dos gêneros. Mas, a coerência local das ideias, a substituição/retomada de referentes, o uso da pontuação não foram conhecimentos construídos de modo satisfatório. A finalidade e as características dos gêneros textuais ficaram claras aos estudantes, porém ainda não o suficiente para que os textos ficassem bem elaborados. Alguns elementos foram desenvolvidos por alguns estudantes, mas não por outros, o que é esperado, uma vez que os conhecimentos não se processam de maneira homogênea nos aprendizes.