O Romantismo foi uma escola literária que teve forte influência em causas sociais. Surgiu na Europa, no final do século XVIII, estendendo-se até o final do século XIX. Nesse período, contrapondo-se à escola anterior, Neoclassicismo, a literatura volta-se completamente para o indivíduo, retratando dramas pessoais. Pode-se afirmar então que houve intensa subjetividade e valorização do “eu”. (ARAÚJO, 2016). O Romantismo é dividido em três gerações: a primeira, nacionalista, que buscava enaltecer elementos da terra e o índio como herói nacional; a segunda era chamada de Mal-do-século e abordava temas como a solidão, a morte e frustração pelos desejos não atendidos; a terceira fase também chamada de condoreira. Tem-se como principais características do Romantismo o rompimento com a tradição clássica; amor platônico, idealismo; idealização da mulher; subjetividade e egocentrismo; indianismo; nacionalismo e ufanismo; culto à natureza; sentimentalismo exacerbado; maior liberdade formal; religiosidade; evasão e escapismo. A partir de uma pesquisa bibliográfica comparativa o presente artigo pretende analisar o perfil das protagonistas Isaura e Carolina dos respectivos romances A escrava Isaura, de Bernardo Guimarães, e A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, dando enfoque para seus posicionamentos pouco comuns para a época em que estão inseridas. O presente trabalho mostra-se relevante por fazer um estudo a respeito das personagens femininas da época, mostrando as personalidades relativamente fortes de ambas. As personagens dos dois romances apresentam características femininas pouco comuns para sua época. Segundo Antonio Candido, a literatura transfigura a realidade, deste modo, com base nas obras românticas, é possível enxergar a sociedade brasileira do século XVIII. As duas personagens dos referidos romances Românticos, por meio de suas personalidades audaciosas, apresentam uma nova forma de representar o feminino, que constantemente aparece nas obras Românticas como doces, passivas e subservientes.