O presente trabalho visa introduzir a temática da literatura de cordel como um instrumento facilitador da experiência e aprendizagem literárias em sala de aula. Considera-se de suma importância visualizar os problemas de formação de leitores críticos na Educação Básica como forma de modificar as perspectivas voltadas apenas para o cânone literário – concentrado ou baseado nos modelos europeus – e visualizar a literatura produzida no Brasil, sobretudo na região nordestina. Sendo a literatura de cordel um gênero desvalorizado, busca-se neste artigo, proveniente de uma experiência de Estágio Supervisionado na disciplina de Língua Portuguesa em uma escola municipal de João Pessoa - PB, resgatar as diferentes características do cordel e da poesia, associando-o aos fatores históricos e sociais que fazem parte de sua construção como gênero literário. A noção de cultura popular é observada aqui como a base para o surgimento desta literatura, formada, principalmente, pelas tradições e pelos costumes de determinada comunidade, muitas vezes localizada numa camada menos valorizada da população e sem acesso aos “bens culturais” da elite. Os registros da oralidade na escrita são fortemente visualizados no cordel, que adere o suporte folheto para a popularização do gênero e torna-se característica principal tanto na divulgação quanto na produção. Desta forma, as práticas de leitura tornam-se mais acessíveis pela linguagem e pelo suporte, participando de diversas formas na vida social. Assim, o artigo une as práticas de leitura e o cordel, buscando trazer a performance e a oralidade como artefatos de aprendizagem da linguagem escrita e da literatura no Brasil.