Artigo Anais ABRALIC Internacional

ANAIS de Evento

ISSN: 2317-157X

A ESCRITA COMO CAMINHO PARA A (RE)CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE: UM ESTUDO DOS ROMANCES “ANTES DE NASCER O MUNDO” E “A CONFISSÃO DA LEOA”, DE MIA COUTO

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Assim sendo, deve-se pensar, por exemplo, em identidades de África, ao invés de a identidade da África. Por esse prisma, pode-se estudar a produção literária como um fator que contribui para a (re)construção de uma identidade coletiva, sobretudo em países marcados por séculos de controle do colonizador e por guerras civis. Nesse contexto, a literatura irrompe com uma força social singular, posto que as narrativas podem se constituir em formas de resistência e de reação a um discurso que vem se fazendo dominante e controlador. Ao mesmo tempo em que é capaz de trazer à memória um passado que não pode ser suplantado, refletindo-o, o texto literário é capaz de contribuir para a formação de uma nova sociedade. Em outras palavras, a literatura reflete a sociedade ao passo que é capaz de modificá-la. “Ela também, e principalmente, deve ser considerada uma forma específica de memória cultural: um complexo lugar de memória com suas próprias formas e estratégias de observação e escrita” (WALTER, 2010). Afora isso, “a literatura, tal como a história, também constitui uma socialização das memórias, das narrativas e dos discursos” (LEENHARDT; PESAVENTO, 1998). Paul Ricoeur (1997) considera “a narrativa como o guardião do tempo, na medida em que só haveria tempo pensado quando narrado”. Assim, ao compor suas narrativas, Mia Couto trabalha com o tempo, com memórias, com permanências, com mudanças, com identidades, enfim. Dessa forma, seus textos vão se constituindo em metáforas para a (re)construção de uma identidade africana, posto que, segundo Ricoeur (ibid), “identidade não poderia ter outra forma do que a narrativa, pois definir-se é, em última análise, narrar. Uma coletividade ou um indivíduo se definiria, portanto, através de histórias que ela narra a si mesma sobre si mesma”. O cenário pós-colonial e pós-guerra gera em muitas vítimas da diáspora a visão de que o esquecimento auxilia a conduzir a vida, à medida que não lembrar pode se constituir uma forma de diminuição da dor fruto da miséria a que algumas dessas pessoas ainda hoje estão submetidas. Desse modo, é preciso resgatar a memória, é preciso conservar valores, hábitos culturais de raízes locais, o que pode ser feito por meio do registro escrito, especialmente o literário. Nesse sentido, Mia Couto, em romances como Antes de nascer o mundo e A confissão da leoa, busca, por meio da palavra escrita, retomar e, assim, “livrar do esquecimento”, traços da identidade nacional de Moçambique.Stuart Hall (2003) defende que “estamos em processo de formação cultural. 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Em outras palavras, a literatura reflete a sociedade ao passo que é capaz de modificá-la. “Ela também, e principalmente, deve ser considerada uma forma específica de memória cultural: um complexo lugar de memória com suas próprias formas e estratégias de observação e escrita” (WALTER, 2010). Afora isso, “a literatura, tal como a história, também constitui uma socialização das memórias, das narrativas e dos discursos” (LEENHARDT; PESAVENTO, 1998). Paul Ricoeur (1997) considera “a narrativa como o guardião do tempo, na medida em que só haveria tempo pensado quando narrado”. Assim, ao compor suas narrativas, Mia Couto trabalha com o tempo, com memórias, com permanências, com mudanças, com identidades, enfim. Dessa forma, seus textos vão se constituindo em metáforas para a (re)construção de uma identidade africana, posto que, segundo Ricoeur (ibid), “identidade não poderia ter outra forma do que a narrativa, pois definir-se é, em última análise, narrar. 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Publicado em 12 de julho de 2013

Resumo

Stuart Hall (2003) defende que “estamos em processo de formação cultural. A cultura não é uma questão de ontologia, de ser, mas de se tornar”. Nesse sentido, é possível afirmar que a identidade não é algo definido, inalterável, mas algo que está sempre em processo, o que leva à ideia de que não há uma identidade, e sim identidades. Assim sendo, deve-se pensar, por exemplo, em identidades de África, ao invés de a identidade da África. Por esse prisma, pode-se estudar a produção literária como um fator que contribui para a (re)construção de uma identidade coletiva, sobretudo em países marcados por séculos de controle do colonizador e por guerras civis. Nesse contexto, a literatura irrompe com uma força social singular, posto que as narrativas podem se constituir em formas de resistência e de reação a um discurso que vem se fazendo dominante e controlador. Ao mesmo tempo em que é capaz de trazer à memória um passado que não pode ser suplantado, refletindo-o, o texto literário é capaz de contribuir para a formação de uma nova sociedade. Em outras palavras, a literatura reflete a sociedade ao passo que é capaz de modificá-la. “Ela também, e principalmente, deve ser considerada uma forma específica de memória cultural: um complexo lugar de memória com suas próprias formas e estratégias de observação e escrita” (WALTER, 2010). Afora isso, “a literatura, tal como a história, também constitui uma socialização das memórias, das narrativas e dos discursos” (LEENHARDT; PESAVENTO, 1998). Paul Ricoeur (1997) considera “a narrativa como o guardião do tempo, na medida em que só haveria tempo pensado quando narrado”. Assim, ao compor suas narrativas, Mia Couto trabalha com o tempo, com memórias, com permanências, com mudanças, com identidades, enfim. Dessa forma, seus textos vão se constituindo em metáforas para a (re)construção de uma identidade africana, posto que, segundo Ricoeur (ibid), “identidade não poderia ter outra forma do que a narrativa, pois definir-se é, em última análise, narrar. Uma coletividade ou um indivíduo se definiria, portanto, através de histórias que ela narra a si mesma sobre si mesma”. O cenário pós-colonial e pós-guerra gera em muitas vítimas da diáspora a visão de que o esquecimento auxilia a conduzir a vida, à medida que não lembrar pode se constituir uma forma de diminuição da dor fruto da miséria a que algumas dessas pessoas ainda hoje estão submetidas. Desse modo, é preciso resgatar a memória, é preciso conservar valores, hábitos culturais de raízes locais, o que pode ser feito por meio do registro escrito, especialmente o literário. Nesse sentido, Mia Couto, em romances como Antes de nascer o mundo e A confissão da leoa, busca, por meio da palavra escrita, retomar e, assim, “livrar do esquecimento”, traços da identidade nacional de Moçambique.

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